Dia das Mães – Voz da Diocese domingo 14 de maio

“AMAR COMO JESUS AMOU”

Minha saudação aos irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. De modo especial, no dia das mães, gostaria de manifestar minha homenagem afetuosa a todas as mães. Contem, queridas mães, com minhas orações e bênçãos.  As Mães simbolizam a verdadeira expressão do amor de Deus por todos nós.

Na liturgia da Palavra, desse 6º Domingo da Páscoa, o texto do Evangelho faz parte do discurso de despedida de Jesus (Jo 14,15-21). É o testemunho que Jesus, antes de partir, deixou à comunidade dos discípulos, pois Ele havia anunciado que iria partir para o Pai e que iria preparar para eles um lugar junto do Pai. Mas eles não entenderam: “Senhor, não sabemos para onde vais?” Diante desta afirmação de Jesus, os discípulos estavam apavorados, com medo e com a sensação de abandono. Sentiam-se órfãos, sem proteção.

Diante do medo dos discípulos, Jesus transmitiu duas mensagens de encorajamento. A primeira mensagem é essa: “Se me amais guardareis os meus mandamentos”. Com isso, Jesus mostra aos discípulos que existe uma forma de superar o medo, a separação e a morte. Essa forma é o amor. Por isso, um pouco antes Jesus havia deixado uma regra fundamental para quem quer seguí-Lo: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também vós uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,34-35). Eis a síntese do legado deixado por Jesus. Vivendo o amor, a comunidade está amando a Jesus e observando seus mandamentos. Portanto, o critério para saber se os cristãos são de fato seguidores de Jesus é a capacidade do amor mútuo. Amar é dar a vida, gastá-la inteiramente pela causa de Jesus. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).

Na segunda mensagem, ao mesmo tempo em que Jesus fala da necessidade de amar, promete a vinda do Espírito Santo, dizendo aos seus discípulos: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará  um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco, o Espírito da Verdade (...)”. O contexto em que o Evangelho de João foi escrito era de perseguição aos cristãos e às comunidades cristãs. Por isso, o Espírito Santo que Jesus promete de junto do Pai é um “Defensor”, que se colocará na defesa do projeto de Jesus. Ele estará “sempre presente”, diferentemente de Jesus, que logo retornará ao Pai. O Defensor “permanece junto de vós e estará dentro de vós”. Por intermédio do Espírito Santo, Jesus “não os deixará órfãos” (cf. Jo 14,15ss). 

Desse modo, o Evangelho chama a atenção para a importância da vivência do amor. Somente o amor, como Jesus o viveu, é que realiza plenamente uma pessoa. Fora do Amor não há salvação. Isso é o que Jesus fundamentalmente nos diz. E a presença do Espírito Santo, que Jesus promete vir, nos conduzirá à plenitude do amor, que se expressa no serviço ao outro e na missão evangelizadora.

O amor de Jesus é pedagógico: recebe-o do Pai e ensina aos discípulos: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei” (Jo 15,9). Jesus revela a plenitude do amor do Pai. E este amor de Jesus aos seus, o qual transborda para todos, é o amor do amigo, tanto para os judeus quanto para os gregos, pois como diz o Apóstolo Pedro na Segunda Leitura, “Deus não faz distinção entre as pessoas [...] pelo contrário, aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35). Portanto, o Amor de Cristo é universal, atinge a todos que guardam os seus mandamentos. Daí nasce a universalidade do Evangelho e da Ação do Espírito Santo. Conforme nos ensina o Livro dos Atos dos Apóstolos, o anúncio do Evangelho não se limita a esta ou àquela cultura, a este ou àquele povo, como também, o Espírito Santo não se restringe somente a um grupo de privilegiados, mas é Dom do Ressuscitado a todos aqueles acolhem a Sua Boa Nova, ou seja, aceitam a mensagem do Evangelho e se tornam amigos de Jesus.

Irmãos e Irmãs, a liturgia da Palavra, desse Domingo, está marcada pela mensagem de amor, convidando-nos a vivê-lo intensamente. Não nos esqueçamos de expressar afeto e amor as nossas mães, manifestando-lhes nossa gratidão pelo dom da vida, que por meio delas recebemos de Deus.

Parabéns a todas as mães e um abençoado domingo a todos.

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erechim – RS

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