Pesquisa da UFFS revela potencial de plantas na despoluição de solo
(Crescimento maior do girassol e do sorgo: algumas espécies de plantas retiraram até 100% dos resíduos dos herbicidas no solo (Créditos: Leandro Galon/Divulgação/UFFS)
Estudo desenvolvido no Campus Erechim utilizou milheto, braquiária, mucuna e feijão-de-porco no solo contaminado com herbicidas diuron e sulfenrazone.
Uma
pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus
Erechim tem revelado o potencial de plantas na despoluição do solo contaminado
com os herbicidas diuron e sulfenrazone, incluindo sua mistura comercial.
Utilizados no controle de plantas daninhas problemáticas, resistentes ou
tolerantes ao glifosato, esses herbicidas podem permanecer no solo por muitos
meses, dificultando o cultivo de culturas sucessoras.
A
pesquisa utilizou o milheto, a braquiária, a mucuna e o feijão-de-porco antes
da semeadura. Como plantas bioindicadoras da despoluição do solo, foram usados
o girassol e o sorgo. Segundo o professor Leandro Galon, que coordena o estudo,
algumas espécies retiraram até 100% dos resíduos dos herbicidas no solo, o que
resultou em um crescimento maior do girassol e do sorgo.
Em
outros estudos, o milheto, a braquiária, a mucuna e o feijão-de-porco já
apresentavam potencial para despoluição de outros herbicidas. Essas espécies,
segundo Galon, podem ser utilizadas pelo agricultor na pastagem, cobertura de
solo, adubação verde ou para produção de grãos ou sementes.
As
análises da descontaminação foram feitas com o Cromatógrafo Líquido de Alto
Desempenho (HPLC), equipamento disponível no laboratório de Manejo Sustentável
dos Sistemas Agrícolas, da UFFS – Campus Erechim. O estudo de campo foi
realizado nas Áreas Experimentais da Universidade. Conforme o coordenador da
pesquisa, o próximo passo é levar esse conhecimento aos produtores.
O
estudo utiliza o processo conhecido por fitorremediação: quando plantas são
usadas como agentes de purificação dos ambientes aquáticos e terrestres,
contaminados ou poluídos pelo depósito de substâncias inorgânicas, como é o
caso de elementos químicos. O professor Galon, que atua no curso de Agronomia e
no Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental, trabalha com fitorremediação
desde 2009, quando ingressou no pós-doutorado.
A
pesquisa sobre a descontaminação do solo tem ainda, como bolsista do CNPq, o
acadêmico Douglas Haboski, além do professor José Barbosa dos Santos, da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que atua como
colaborador. Esse projeto desenvolvido na UFFS - Campus Erechim faz parte de um
projeto guarda-chuva de um grupo de pesquisadores que trabalham em rede, por
meio do grupo INOVAHERB, e que atuam para despoluir solos contaminados com
herbicidas em diversas regiões do Brasil.
Por: Wagner Lenhardt Jornalista
Assessoria
de Comunicação (Ascom)
Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim
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