Transfigurados em Cristo! Voz da Diocese domingo 6 de agosto
Minha
saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese.
Terça-feira, dia 1º de agosto, iniciamos um novo mês. Enquanto Diocese de Erechim,
recordamos, neste dia, a instalação da Diocese, ocorrida em 1º de agosto de
1971, com a posse do 1º Bispo, Dom João Aloysio Hoffmann. Nossa Diocese de
Erechim, desmembrada inteiramente de Passo Fundo, tem, portanto, 52 anos de
caminhada.
Prezados
irmãos e irmãs. O mês de agosto é dedicado às vocações. Diante das necessidades
do povo, Deus sempre chamou pessoas para ajudá-Lo a encontrar saídas. A Bíblia
é a história da vocação do povo de Israel, chamado por Deus para “ser luz das
nações” e para levar a “salvação” de Deus “até os confins da terra” (Is 49,6).
Hoje, Deus conta conosco para que seu Plano seja realizado na vida de todas as
pessoas. Somos, portanto, convidados a “escutar” o chamado de Deus e a darmos
nossa resposta positiva ao seu apelo. Ele nos chama porque quer contar conosco
na realização do seu Reino.
No
1º domingo do mês vocacional, rezamos pela vocação ao ministério ordenado. Como
foi com os Apóstolos, chamados para formarem Comunidade com Jesus e depois
serem enviados a pregar (Mc 3,14), os bispos, os padres, os diáconos são,
igualmente, chamados para o seguimento a Jesus Cristo na Igreja, exercendo hoje
a missão deixada por Ele. Tal ministério é realizado em nome de Cristo para a
vivência da fé e o testemunho do Evangelho, no contexto em que nos encontramos.
Nesse
Domingo, será proclamado, nas celebrações litúrgicas, o Evangelho da Transfiguração
de Jesus (Mt 17,1-9). Em que momento da vida dos Apóstolos ocorreu a
Transfiguração de Jesus? Mateus nos faz ver que a Transfiguração ocorreu num
momento de crise da Comunidade dos Doze. Depois da profissão de fé de Pedro e
dos Doze, em Cesaréia de Felipe (Mt 16,13-20), Jesus anunciou-lhes a paixão (Mt
16,21-24), ou seja, que eles estavam subindo para Jerusalém e quando chegassem
lá, as autoridades judaico-romanas iriam condená-lo à morte, mas que no
terceiro dia ele iria ressuscitar. Pedro não aceitou que o ministério de Jesus seguisse
a vontade de Deus, por isso, Jesus o repreendeu, convidando àqueles que
quisessem segui-lo para renunciarem a si mesmos e cada um tomar a sua cruz,
dizendo: “Aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas o que perder a
sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 15,25).
Caríssimos
irmãos e irmãs. Diante disso, Jesus tomou Pedro, Tiago e João e os levou a um
lugar à parte, sobre uma alta montanha e lá se transfigurou diante deles (Mt
17,1-2). Quer dizer, chamou os líderes dos Apóstolos, que não estavam
compreendendo o sentido da missão de Jesus, para uma conversa à parte. A
montanha significa o lugar do encontro com Deus. Este momento de conversa e oração,
de encontro com Deus no monte, ajudou-os a esclarecer o sentido do ministério
de Jesus. O texto expressa isso ao dizer que “o seu rosto brilhou como o sol e
as suas roupas ficaram brancas como a luz” (Mt 17,2). As coisas se
esclareceram. E o texto ainda relata: “Nisto apareceram Moisés e Elias,
conversando com Jesus” (Mt 17,3). Ou seja, a conversa ajudou-os a compreender
que a missão de Jesus era atualizar e dar “pleno cumprimento” (Mt 5,17) à
missão de Moisés e dos Profetas. Jesus revela-se, para a teologia
neotestamentária, o novo Moisés e o novo Elias. Nele se cumpria plenamente o
projeto do êxodo e toda a legítima profecia do Antigo Testamento.
Na
transfiguração, Jesus é proclamado pelo Pai como o “Filho Amado”, dizendo: “Escutem
o que ele diz” (Mt 17,5). Assim como o Povo de Israel, que foi convidado a
“ouvir” e pôr em prática a Palavra de Deus (Dt 6,4), os discípulos de Jesus e o
Povo da Nova Aliança são também convidados a “ouvir” e praticar a Palavra de
Deus, anunciada por Jesus, o Evangelho. O próprio Jesus diz: “Minha mãe e meus
irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21). Ao
mesmo tempo, a transfiguração de Jesus é sinal de sua ressurreição, de sua
vitória sobre a morte. Ela é anúncio da vitória da justiça sobre a injustiça,
da vida sobre a morte.
Peçamos
a Deus que, escutando a voz de seu Filho Jesus e observando os seus ensinamentos,
sejamos transfigurados com Ele e nos tornemos capazes de responder com coragem ao
chamado à missão que nos é confiada, na vocação a que fomos chamados, ou seja,
na vida matrimonial, na vida consagrada ou na vida sacerdotal.
Irmãos
e irmãs. Rezemos hoje pelos sacerdotes, de modo especial, como líderes espirituais
de nossas comunidades.
Deus abençoe a todos e um bom domingo!
Dom
Adimir Antonio Mazali - Bispo Diocesano de Erechim – RS