O Banquete do Reino de Deus - Voz da Diocese –Domingo 15.10.23
Minha
saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese.
A
Liturgia da Palavra deste Domingo apresenta o convite e as condições para
participar do banquete do Reino de Deus. Na Primeira Leitura, o profeta Isaías
renova a esperança do povo de Israel, falando de “um banquete com ricas
iguarias que o Senhor dará a todos os povos” (cf. Is 25,6). Também diz o
Profeta Isaías: “O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as
lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra de seu povo em toda a terra
(...) Este é o Senhor, nele temos confiado” (Is 25, 8-9).
Caros
irmãos e irmãs. No Evangelho, a mensagem sobre o Reino de Deus continua quando
Jesus compara a salvação como uma festa de casamento preparada por Deus, para a
qual todos são convidados (Mt 22,1-14). Falando com os líderes do povo, os
sumos sacerdotes e os anciãos, Jesus conta-lhes a parábola do banquete,
relatando, que o Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa
de casamento do seu filho. Mandou os empregados para chamar os convidados e
estes não quiseram ir. Mandou, então, outros empregados dizendo aos convidados
que tudo já estava pronto e estes não deram a menor atenção. O rei ficou
indignado com eles e mandou os empregados até as encruzilhadas, no final das
ruas da cidade, nas periferias, para convidar todos os que encontrassem, ou
seja, os pobres e excluídos. Estes aceitaram o convite, enchendo a casa do rei.
Mas, havia entre os convidados um que estava sem as roupas de festa. Ele entrou
também, mas foi mandado embora. E Jesus conclui a parábola dizendo que muitos
são chamados e poucos são escolhidos.
Toda
parábola é uma comparação. A refeição era o maior gesto de comunhão, sendo que
a liturgia judaica sempre usa o comer e o beber para falar do encontro de
irmãos entre si e com Deus. Estar à mesa com alguém é fazer aliança com ele. Nós,
também, convidamos para uma refeição, quem é amigo, pessoas de confiança ou quem
está próximo de nós e comunga com as nossas ideias.
Para
Jesus, o Rei da parábola é Deus e o Filho do Rei é Jesus. Casamento é aliança.
Participar desse casamento implica em fazer aliança com o noivo, isto é, com Jesus
e seu projeto. Os convidados, que recusam o convite, são os líderes do povo, os
sumos sacerdotes e os anciãos, isto é, aqueles que detêm o poder político,
econômico e religioso sobre o povo, ou seja, aqueles aos quais Jesus está
contando a parábola. As elites foram os primeiros convidados, pois são os
primeiros responsáveis por uma sociedade justa e fraterna. Mas, estes não
aceitaram o convite para fazer refeição com o noivo, que é Jesus, pois não
quiseram se comprometer com o projeto do Reino de Deus, pois suas preocupações
eram apenas consigo mesmos.
Os
empregados, que estão a serviço do rei e do noivo, são os profetas, perseguidos
e rejeitados. Diante da recusa dos primeiros convidados, o rei mandou os empregados
convidar os pobres, os quais aderiram ao convite e encheram a casa. A festa de
casamento ou o banquete é o projeto do Reino de Deus, que é vida e dignidade
para todos. Como lemos no texto, um
entrou sem a veste adequada e foi retirado da festa. Veste adequada
significa a prática da justiça, pois, só pode fazer parte da festa e permanece
no banquete do Reino, quem se dispõe a vestir o manto da justiça. O compromisso
com a justiça do Reino é a única resposta coerente que podemos dar ao chamado
gratuito de Deus e a condição fundamental para participarmos do banquete do
Reino.
Prezados
irmãos e irmãs. As dificuldades existentes no mundo de hoje são preocupantes e
causam desconforto, insegurança, medo e ansiedades. Sejam quais forem as nossas
dificuldades, recordemos as palavras de São Paulo, na Segunda Leitura, reforçando
a confiança e o abandono em Deus, Nosso Senhor: “Tudo posso naquele que me fortalece”
(Fl 4,13).
Assim
sendo, confiemos no Senhor e busquemos a justiça do Reino de Deus, para participar
plenamente do Banquete que o Senhor vai oferecer a todos os que são fiéis ao
seu Projeto.
Deus
abençoe a todos e um bom domingo!
Dom
Adimir Antonio Mazali - Bispo Diocesano de Erechim – RS