Exército volta a emitir autorizações para atiradores civis, os CACs, após um ano
(Edilson Rodrigues / Agência Senado / Divulgação CP)
O Exército vai voltar a emitir, a partir deste mês de janeiro, autorizações para novos CACs (Caçadores, Atiradores esportivos e Colecionadores de armas). Os novos registros estavam suspensos desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por decreto que reverteu a política armamentista da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Graças
a medidas baixadas pelo ex-presidente em favor do armamento de civis, os CACs
se tornaram o maior segmento armado do País, superior inclusive que o efetivo
das polícias. A retomada da emissão dos chamados Certificados de Registro (CR)
foi expressa em um comunicado e em uma portaria do Exército, publicados no fim
de dezembro.
A
nova regulamentação era aguardada pelo mercado de armas desde julho, quando um
novo decreto de Lula sinalizou que a emissão de novos registros seria retomada
a partir de uma deliberação do Exército. A portaria dos militares traz uma
série de especificações sobre o acesso de civis aos chamados produtos
controlados. Uma das principais mudanças é referente ao prazo de validade dos
CRs. Com Bolsonaro, ele era de dez anos. Agora, os documentos precisarão ser
renovados a cada três.
Além
disso, todos os CRs emitidos antes das novas regras perderão a validade em
julho de 2026 e precisarão ser renovados para que permaneçam regulares. O
Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército
publicou uma nota, em 22 de dezembro, destacando que as solicitações de
interessados que já haviam sido enviadas ao Sistema de Gestão Corporativo do
Exército (SisGCorp) serão devolvidas para que a nova documentação exigida seja
anexada.
Em
2019, o Brasil tinha 197 mil pessoas registradas como CACs. Em julho de 2023 já
eram 803 mil. Para efeito comparativo, estima-se em cerca de 406 mil o número
de policiais militares ativos de todos os Estados e em 365 mil o total de
homens das Forças Armadas.