Voz da Diocese – Solidários no sofrimento! – domingo (04)
Minha
saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Refletimos
nesta mensagem, um tema muito presente no contexto de nossa vida, nos dias
atuais, inspirados pela liturgia deste 5º. Domingo do Tempo Comum: Sofrimento e
Solidariedade.
Jó é
um personagem contrastante da Sagrada Escritura. Ouvindo a primeira leitura,
entendemos esta afirmação. De um lado ele é símbolo do sofrimento do ser humano
e de outro, símbolo de paciência frente os acontecimentos dolorosos da vida.
No
texto que ouvimos, Jó faz um desabafo do sofrimento que assola sua vida e que
para os olhos alheios é castigo de Deus. No entanto, para Jó, este sofrimento
faz parte dos mistérios de Deus, pois sua vida se encontra nas mãos de Deus e é
isto que lhe importa, é nisto que ele confia.
Prezados
irmãos e irmãs. A resposta a esta atitude de Jó se encontra na voz do salmista
que afirma: “Deus é bom e conforta os corações despedaçados” (Sl 146,3). Esta
bondade de Deus sentida já no Antigo Testamento se mostra ainda mais visível,
nas atitudes de Jesus, apresentadas na narrativa do Evangelho. O texto do
Evangelho mostra o quanto Jesus é sensível e solidário com o sofrimento alheio,
pois, logo que soube que a sogra de Pedro estava doente, “Ele se aproximou,
segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então a febre desapareceu” (Mc 1,31).
“À tarde levaram a Jesus todos os doentes e ele curou muitas pessoas de
diversas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1,32). Esta ação de Jesus é
seguida de sua oração no isolamento da noite, a sós com o Pai. A força de seu
poder vem justamente de sua intimidade com o Pai.
O
sofrimento humano, desperta a sensibilidade e a solidariedade na vida de muitas
pessoas e vemos o quanto Jesus se torna modelo de um agir libertador que traz
consolo em meio às dificuldades, especialmente dos mais abatidos e marcados
pela dor.
No
contexto da dor e dos sofrimentos, os corações se aproximam motivados pela
angústia, pela dor e pelas incertezas, quase como um grito de socorro, mas ao
mesmo tempo, sensibilizados pela mesma dor de tantos outros que, como Jó,
deixaram extravasar seus sentimentos de um coração ferido pela dor da doença,
da perda e outros contrariedades.
De
muitas formas e meios, as pessoas se voltam às necessidades de outrem como fez
Jesus ao se deparar com os doentes que lhe foram apresentados. Um grande
aprendizado se faz ver, mesmo que se queira justificar no ditado popular que
diz: “o que não aprendemos no amor, aprendemos na dor”.
Portanto,
caros irmãos e irmãs. No sofrimento aprendemos a ser mais solidários. É Jó a
inspiração para não cairmos também na tentação de pensar que o sofrimento é
castigo de Deus, mas oportunidade de renovar a certeza de que a nossa vida está
nas mãos de Deus. É Jesus que pode nos libertar com sua palavra e sua ação se a
Ele nos apresentamos com confiança.
Acolhendo
este ensinamento e já nos preparando para o Dia Mundial do Doente, que será no
próximo dia 11, rezemos com confiança ao Senhor para que nos conceda a graça da
saúde e a capacidade de sermos mais sensíveis à realidade de nossos irmãos e
irmãs sofredores, anunciando-lhes a esperança que brota da Boa Nova do
Evangelho.
Deus
abençoe a todos e bom domingo!
Dom
Adimir Antonio Mazali
Bispo
Diocesano de Erechim