42º Congresso de Municípios do RS destaca obras de prevenção e eventos climáticos
(Tema
das discussões: “Reconstruir é acreditar de novo” - Foto: Guilherme Pedrotti Ascom Famurs)
Famurs
destaca necessidade de obras de prevenção a novos eventos climáticos durante
abertura do 42º Congresso de Municípios do RS
“Reconstruir
é acreditar de novo” é o tema norteador das discussões do 42º Congresso de
Municípios do Rio Grande do Sul. O encontro anual de gestores municipais
promovido pela Famurs, cujo objetivo é debater o fortalecimento e a
reconstrução dos municípios gaúchos após o RS viver a maior tragédia climática
de sua história, teve início na manhã desta terça-feira (16/07), na Associação
Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), reunindo prefeitos, vice-prefeitos,
secretários e autoridades.
No
painel Boas-Vindas, o presidente da Famurs e prefeito de Barra do Rio Azul,
Marcelo Arruda, destacou que a realização do Congresso de Municípios, que
precisou ser adiado, vem ao encontro de ações para recuperar os municípios que
sofreram direta ou indiretamente devido às enchentes que atingiram o RS desde
2023 e, em maior volume em maio deste ano. “A recuperação tem que ser aliada às
obras de prevenção, para não queimarmos energia e recursos em ações que podem
ser novamente levadas, e falo isso com conhecimento de causa”, alertou.
“Precisamos
nestes dois dias debater e cobrar das nossas lideranças estaduais e federais
que ações podemos, além de recuperar, prevenir ou mitigar os efeitos
climáticos. Além de construirmos e ajustarmos as obras para serem mais
resilientes, precisamos juntos com a nossa sociedade construir cidades mais
sustentáveis”, enfatizou.
Durante
sua fala, o presidente Arruda destacou que ações importantes que precisam ser
discutidas e implementadas, como a recuperação de solos, a atualização dos
Planos Diretores, o desassoreamento de rios, e a necessidade programas de
governo para manutenção constante, independente da gestão ou partido. Ainda,
reforçou que os municípios precisam ter suas Defesas Civil proporcional ao
tamanho do desafio, estruturada, capacitada e com planos de contingência
organizados para o enfrentamento de enxurradas, vendavais, secas ou outros
desafios climáticos.
“Esse momento que vivemos não é de achar culpados, mas a partir de agora temos o dever e a responsabilidade de nos adaptarmos e ajustarmos nossas cidades a esta nova realidade que pode ser vivida amanhã, daqui dois meses, um ano ou mais. União, Estados, municípios e sociedade têm que atuar em conjunto, unidos e comprometidos pelo êxito das ações”, frisou Marcelo Arruda.
Manifestações
Durante
o painel de Boas-Vindas, importantes autoridades fizeram suas saudações e
explanações. No ato, representado a Assembleia Legislativa do RS, o deputado
estadual Elizandro Sabino ressaltou que a ALRS está trabalhando muito empenhada
para auxiliar na retomada das atividades no estado e que os parlamentares estão
focados em projetos estruturantes para o RS. Também destacou o movimento de
integração entre as bancadas, o que resultou no repasse de recursos do
Legislativo ao Estado para auxiliar nas ações de reconstrução.
Representando
o governo federal, o assessor da Secretaria de Assuntos Federativos, Tiago
Braga afirmou que as políticas públicas só farão sentido se chegarem, de fato,
no cidadão. Ressaltou a relação de diálogo e a busca pela proximidade entre a
União e as prefeituras. Ainda, frisou que as questões climáticas são um
problema de hoje e não mais do futuro, por isso, é importante a discussão do
tema durante o evento.
O
presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), Marco Peixoto, declarou
que o que puder, ele fará pelos municípios e há 15 cumpre sua promessa de
proteger os prefeitos, especialmente em momentos como esse em que há cobranças
e não há recursos. Lembrou que o TCE-RS aprovou recentemente uma resolução que
garante maior flexibilidade para contratação de pessoal na saúde e que o
tribunal está à disposição dos gestores para orientações.
Presente
na abertura, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes,
destacou a importância da Governança para atenuar e diminuir o impacto de
crises e tragédias na administração pública. Afirmou que o país tem que estar
preparado e organizado para enfrentar situações semelhantes a vivida no RS e
destacou que sua missão é implementar a Governança no Brasil para preservar a
dignidade de quem assume um cargo público. Em parceria com a Famurs, o ministro
Nardes deverá promover um encontro para orientar e montar uma estratégia de
recuperação do RS baseada nas regras da Governança.
Paulo
Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), também
participou da abertura e destacou a importância do debate federativo, tão
relevante para o momento que vivemos, pois é justamente o administrativo
municipal que faz a gestão direta do cidadão e que o pacto federativo precisa
ser vivido na prática. Ressaltou que 40% dos municípios estão no vermelho, e
que é preciso avançar na aprovação de pautas junto ao Congresso para a garantia
de recursos.
O
presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Junior, lembrou da parceria entre as
entidades, ainda durante a pandemia, para reabertura das escolas em todo o
estado. Destacou a abertura da instituição após a tragédia climática para
atender as necessidades da população, recebendo cerca de 200 toneladas de
doações e insumos médicos, além da disponibilização médicos para
teleatendimento. Anunciou ainda a criação de um projeto, para que a AMRIGS se
transforme em um hub de distribuição de medicamentos para farmácias comunitárias,
hoje presente em 40 municípios gaúchos.
Fonte:
Por Aminie Cardoso | Jornalista - MTB 1567 Comunicação Social
Famurs