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Começam articulações para eleição ao governo gaúcho em 2022
Lideranças sondam partidários e possíveis aliados, realizam reuniões informais e fazem ações para fortalecer nomes
Mesmo que 2022 ainda pareça distante, que o país tenha um 2021 de muitas incertezas pela frente e que os recém-eleitos para prefeituras e Câmaras de Vereadores ainda nem tenham tomado posse, começaram as articulações para as eleições de 2022 entre políticos e partidos em solo gaúcho. No RS, assim como em outros estados, se repete o que ocorre na disputa pela presidência da República, na qual uma sucessão de movimentos, parte deles imperceptível aos eleitores, já está em curso.
Neste 2020, para além do prazo não oficial que simboliza o início das discussões da eleição seguinte – sempre quando a do ano em curso termina – o fator pandemia também apressa o processo futuro. Escaldados por campanhas municipais ‘diferentes’ em função de todas as consequências do coronavírus, lideranças e dirigentes políticos das grandes legendas asseguram que é preciso se “antecipar”, para tentar “evitar surpresas”.
No RS, por enquanto, os sinais mais visíveis partem justamente dos dois partidos que estão entre os maiores tanto em número de filiados como em prefeituras conquistadas no pleito recente: o PP e o MDB. Em número de filiados, o MDB lidera e o PP ocupa a terceira posição. Em número de prefeitos eleitos, o PP está à frente, seguido pelo MDB. Ambas as siglas já ensaiam movimentos que, ao mesmo tempo, demonstram sua força e as descolam do atual governo tucano. O MDB, principalmente por meio de seus posicionamentos na Assembleia Legislativa, onde, apesar de ser o maior partido da base, com oito cadeiras, vem impondo ou negociações ou votos dissidentes aos projetos do Executivo. O PP, que detém a liderança do governo no Legislativo, através de indicativos que já começam a ultrapassar as posições divergentes adotadas por parte da bancada. Como, por exemplo, o movimento na Casa Civil, que deixará de ser comandada por Otomar Vivian no início do próximo ano.
Para além das articulações explícitas ou de bastidores, um cenário está dado neste final de 2020 quando é posto na mesa o conjunto de nomes que despontam para concorrer ao governo. A corrida será disputada por políticos tradicionais e/ou experientes. “Tudo que vem acontecendo aí serviu para mostrar que vale muito aquele nosso ditado: ovelha não é pra mato”, resume um emedebista já envolvido nas negociações.
AS APOSTAS
Eduardo Leite (PSDB) – O governador não quer disputar a reeleição. Seu objetivo pode ser uma candidatura à presidência da República ou a vice em 2022. Suas pretensões nacionais são turbinadas por dois padrinhos de peso: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Mas, hoje, o partido não descarta que fique no RS caso não “surja” outro nome. E caso o governador não emplaque uma de suas recorrentes tentativas de mostrar um projeto que lhe confira peso nacional, a ponto de poder competir com o colega paulista, João Dória.
Romildo Bolzan Júnior (PDT) – Afastado da vida político-partidária desde 2014, quando precisou renunciar ao comando do PDT gaúcho para disputar e vencer a eleição para a presidência do Grêmio, Bolzan permanece à frente do clube. E é justamente a exposição conquistada por seu desempenho na presidência do Grêmio que o PDT considera como uma grande oportunidade. Apesar das negativas públicas de Bolzan, o partido trabalha por sua candidatura ao governo do Estado há dois anos, em tratativas que envolvem articulações e lideranças nacionais não apenas do PDT, mas também do PSB.