Presidentes da Câmara e do Senado defendem novo auxílio emergencial
Auxílio foi um dos temas da sessão de abertura do ano legislativo
O Congresso Nacional iniciou
oficialmente os trabalhos em 2021 com a tradicional sessão solene de abertura
do ano legislativo e o auxílio emergencial esteve presente nos discursos dos
presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. A saída da
crise, auxiliando os mais pobres e, ao mesmo tempo reerguendo a economia, deu o
tom das falas dos comandantes do Poder Legislativo.
Pacheco lembrou da importância
do auxílio emergencial de R$ 600 dado aos economicamente mais vulneráveis em
2020, ainda que isso tenha provocado um buraco bilionário nas contas do governo
em mais de R$ 300 bilhões e acrescentou que já discute com o governo algum tipo
de auxílio também em 2021.
“Estamos estabelecendo junto
ao nosso Colégio de Líderes e a equipe econômica do governo federal um caminho
para compatibilizar um auxílio governamental aos mais carentes, que ainda é
absolutamente necessário neste momento, com os princípios e fundamentos que
norteiam a responsabilidade fiscal”.
Lira seguiu na mesma linha e
defendeu o auxílio pago no ano passado como uma das medidas de enfrentamento à
crise gerada pela pandemia de covid-19. “O auxílio emergencial garantiu a
sobrevivência de milhares de famílias e deu fôlego à nossa economia”.
Ainda que não tenha sido tão
explícito quanto o colega, Lira falou em trabalhar para garantir “amparo aos
mais vulneráveis”. “Podemos, sim, unir esforços com o Senado Federal, com o
Executivo, com o Judiciário e, de nossa parte, fazer o que estiver ao nosso
alcance para facilitar a oferta de vacinas o amparo aos mais vulneráveis nesse
momento mais dramático”, disse o presidente da Câmara.
Presente na sessão, o
presidente Jair Bolsonaro também citou o auxílio, referindo-se às parcelas já
pagas. Ele destacou o pagamento do auxílio a 68 milhões de brasileiros, mas não
falou em uma nova edição do auxílio.
Outro tema apresentado na
cerimônia foi a vacinação contra covid-19, um compromisso assumido pelos
presidentes da Câmara e do Senado. Pacheco falou em fazer o possível para
garantir vacina para “toda a população brasileira”. Já Lira mencionou a
possibilidade de trazer para o Brasil outras vacinas produzidas no mundo,
aumentando o leque de imunizantes disponíveis para os brasileiros.
Economia
A recuperação da economia,
tema constante nos discursos dos novos presidentes do Legislativo, também foi
amplamente abordado na abertura oficial do ano parlamentar. “Não será fácil, a
um só tempo, resguardar a vida dos cidadãos brasileiros, dinamizar a nossa
economia, criar novos empregos e preservar o imperativo da responsabilidade
fiscal. Estou convencido, no entanto, de que o Legislativo nacional, atuando em
parceria com os poderes Executivo e Judiciário, será capaz de levar a cabo com
sucesso essa importante missão”, disse o presidente da Câmara.
Pacheco mencionou a
recuperação econômica em algumas oportunidades durante seu discurso. Defendeu
que o país continue tomando precauções sanitárias “sem histeria”, sem negar a
necessidade de continuar fazendo a roda da economia girar.
“Precisamos cuidar
racionalmente da nossa saúde, adotando todos os cuidados higiênico e sanitários
possíveis, mas não fazendo disso uma histeria, negando uma realidade.
Precisamos continuar produzindo para continuar a abastecer as famílias, gerar
renda interna, além de continuar atendendo os mercados estrangeiros que compram
nossa produção e retornam em riquezas para o nosso país”.
Pacificação
Tanto Lira quanto Pacheco
defenderam um arrefecimento nas rivalidades e radicalismos. O presidente da
Câmara defendeu a superação da “paralisia interna” do Congresso. Segundo ele,
uma paralisia “provocada por problemas políticos passageiros que a história
sequer irá registrar”. Já Pacheco exaltou os debates e a apresentação de ideias
antagônicas no ambiente parlamentar.
O presidente do Senado teve,
inclusive, que adiantar um discurso nesse sentido um pouco antes do previsto.
Assim que Bolsonaro foi chamado a falar, deputados de oposição passaram a se
manifestar contra o presidente. Em seguida, parlamentares governistas gritaram
palavras de apoio. Foi nesse momento que Pacheco pediu o fim das manifestações e
defendeu a pacificação no Parlamento e na sociedade, a exemplo do que havia
dito no dia de sua eleição à Presidência do Senado.
"Vamos dar uma
oportunidade à pacificação deste país. E uma delas é que respeitando a
manifestação de pensamento, possamos respeitar as instituições deste país. Não
é simplesmente tolerar a divergência, é ter amor à divergência. Que possamos
ouvir todas as autoridades que se pronunciarão com o respeito que se exige do
Parlamento brasileiro”, disse Pacheco, sob aplausos de deputados.
Assim que os ânimos se
acalmaram, Bolsonaro começou a discursar. Ele exaltou ações do seu governo
durante a pandemia e pediu a aprovação de reformas, como a administrativa e a
tributária.
Edição:
Kelly Oliveira
Publicado
em 03/02/2021 - 19:23 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil -
Brasília