Covid-19: Vacina de Oxford terá testes em crianças e adolescentes
Estudo vai analisar resposta imune entre 6 e 17 anos de idade
A vacina de Oxford, que está
sendo aplicada no Brasil contra a Covid-19, será submetida a testes em crianças
e adolescentes, conforme anunciou neste sábado a Universidade de Oxford, no
Reino Unido, que desenvolveu o imunizante junto à farmacêutica anglo-sueca
AstraZeneca. A vacina será produzida no país pela Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz), no Rio de Janeiro.
Trata-se do primeiro estudo da
vacina nessa faixa etária. A CoronaVac, Janssen e Pfizer já anunciaram que
também estão com testes em andamento nesses grupos. A previsão é que os testes
tenham início ainda neste mês.
O teste vai avaliar se
crianças e jovens entre 6 e 17 anos apresentam uma boa resposta imunológica com
a vacina ChAdOx1 nCoV-19, como é chamada. Esse estudo clínico de fase 2 vai
recrutar 300 voluntários - ao todo são 3 fases. Ao menos 240 vão receber a
vacina, enquanto o restante, que será o grupo de controle, vai tomar a vacina
contra meningite, que é segura em crianças e espera-se que se produza reações
semelhantes, como dor no local da aplicação.
"Embora a maioria das
crianças não seja relativamente afetada pelo coronavírus e provavelmente não
adoeça com a infecção, é importante estabelecer a segurança e a resposta
imunológica à vacina em crianças e jovens, pois alguns deles podem se beneficiar
com a imunização. Esses novos testes ampliarão nossa compreensão do controle do
SARS-CoV2 para grupos dessas idades", afirmou Andrew Pollard, professor de
Infecção Pediátrica e Imunidade da Universidade de Oxford e principal autor do
estudo, por meio de nota.
"A pandemia teve um
impacto negativo profundo na educação, desenvolvimento social e bem-estar
emocional de crianças e adolescentes, além de doenças e apresentações raras de
doenças graves. Portanto, é importante coletar dados sobre a segurança e a
resposta imune à nossa vacina contra o coronavírus nessas faixas etárias, para
que eles possam se beneficiar potencialmente da inclusão em programas de
vacinação em um futuro próximo", complementou o pediatra Rinn Song,
cientista clínico do Oxford Vaccine Group.
O teste é financiado pelo
Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR) e pela AstraZeneca.
A vacina de Oxford demonstrou
ter eficácia média de 70% de proteção contra a Covid-19, com variação de 62% a
90%, de acordo com a dose, em adultos.
O imunizante é feito a partir
de vetor viral não replicante. Utiliza adenovírus, que causa resfriado comum em
chimpanzés, como veículo para levar fragmentos do novo coronavírus, entre eles
a proteína spike, para induzir uma resposta imune no organismo.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na sexta-feira, a importação de mais
doses prontas da vacina de Oxford da Índia. Dois milhões de doses já estão
sendo aplicados no país. A vacina de Oxford foi a primeira contra a Covid-19, junto
à CoronaVac, a ser aprovada para uso emergencial no Brasil, em 17 de janeiro.
No dia 29 do mesmo mês, a Fiocruz apresentou solicitação de registro definitivo
da vacina à Anvisa. A análise do pedido está em andamento.
Foto:
Karen Ducey / Getty Images North America / Getty Images via AFP / CP
13/02/2021
| 10:46
R7