Senado deve apresentar hoje texto para viabilizar auxílio emergencial
Expectativa é que o pagamento do novo benefício seja feito de março a junho, para quase 40 milhões de pessoas
O senador Márcio Bittar
(MDB-AC) deve apresentar nesta segunda-feira (22) o relatório da PEC (Proposta
de Emenda à Constituição) que viabilizará a concessão de uma nova rodada do
auxílio emergencial associada a medidas de compensação fiscal. A expectativa é
que a proposta seja votada nesta quinta-feira (25) no Senado, após acordo com
líderes partidários.
O texto trará uma “cláusula de
calamidade”, que abre espaço no orçamento para o pagamento do benefício de
março a junho para famílias de baixa renda e trabalhadores informais, diante do
recrudescimento da pandemia de coronavírus.
A medida permite a suspensão
de parte das regras fiscais pelo tempo que for necessário para que o governo
possa pagar despesas emergenciais, como o auxílio, fora do teto de gastos,
regra que limita as despesas da União.
A retomada do benefício é um
consenso entre o governo federal e os presidentes da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após pressão política e a
escalada de casos de covid-19 no país. O programa, que terminou em dezembro,
beneficiou 68 milhões de pessoas, com R$ 294 bilhões.
Pacheco, que já recebeu o
relatório na última sexta-feira (19), afirmou que o teto de gastos é
importante, mas não critério absoluto e que, por meio da cláusula de
calamidade, foi encontrada a solução para "flexibilizar" a regra
fiscal e permitir que a população seja assistida.
O pagamento deverá ser feito
de março a junho, segundo Pacheco, mas o formato do novo benefício só deve ser
apresentado no início de março mês. O
valor das parcelas, entre R$ 250 a R$ 300, que ainda está em definição, não
consta no texto da PEC.
O que a proposta vai trazer
são mecanismos para dar base jurídica a uma nova despesa. Depois da votação no
Senado, a medida ainda precisa ter o aval da Câmara dos Deputados. Por ser uma
emenda constitucional, o texto não depende de sanção do presidente Jair
Bolsonaro, mas apenas de promulgação pelo Congresso Nacional.
Após votação em dois turnos no
Senado, a PEC deve passar por duas votações na Câmara dos Deputados antes de
entrar em vigor.
O que se sabe até agora sobre
o novo auxílio
·
- O chamado marco fiscal, com a PEC
emergencial, o Pacto Federativo e a cláusula de calamidade, vai abrir espaço para
o novo auxílio emergencial
·
- Mecanismo permite que o governo faça um novo
endividamento, fora do teto de gastos, para pagar o auxílio emergencial
·
O novo auxílio emergencial deve beneficiar 40
milhões de brasileiros
·
- Custo previsto é de cerca de 30 bilhões
·
- O valor do auxílio deve ficar entre R$ 250 e
R$ 300
·
- O número de parcelas ainda não está fechado,
podem ser 3 ou 4
22/02/2021
| 7:27
R7