Uso de máscara reduz em 87% a chance de contrair Covid-19, aponta estudo
Levantamento foi desenvolvido
por pesquisadores da Ufrgs, Ufcspa, Ufpel e Secretaria Municipal de Saúde de
Porto Alegre
Um estudo desenvolvido por
pesquisadores da Ufrgs, Ufcspa, Ufpel e Secretaria Municipal de Saúde de Porto
Alegre (SMS) indica que as pessoas que usam máscara têm uma redução de 87% de
chance de pegar a Covid-19. Além disso, o trabalho concluiu que pessoas que
aderem de forma moderada a intensa ao distanciamento social têm entre 59% e 75%
menos chances de contrair o novo coronavírus. O artigo está em fase preprint,
isto é, ainda não foi revisado por pares.
Os pesquisadores aplicaram em
271 pacientes positivos para a infecção, que não são profissionais da saúde, um
questionário com perguntas sobre uso de máscaras, grau de adesão ao
distanciamento social e frequência de atividades fora de casa. Como
grupo-controle (para fazer a comparação com o primeiro), foram utilizados
resultados de 1.396 pessoas testadas pelo estudo EPICOVID, liderado pela Ufpel
e que observa a prevalência de infectados pela Covid-19. Essas pessoas foram
contatadas e responderam às mesmas perguntas feitas para o outro grupo.
Professor da Faculdade de
Medicina da Ufrgs e integrante do estudo, Bruce Duncan destacou que, ancorado
nos dados, coletados ainda no início da pandemia, é possível dizer que essas
medidas têm um papel importante na prevenção da doença. A adesão moderada ou
alta ao distanciamento social foram fortemente protetivas contra a doença,
representando um risco 72% e 75% menor, respectivamente. Os pesquisadores
destacam no artigo que, uma vez que os profissionais de saúde foram excluídos
das amostras, os resultados demonstram como esses cuidados protegem a população
em geral da Covid-19.
“Não fazer isso (adotar as medidas de proteção) é manter uma marcha para o colapso completo do sistema de saúde, com um aumento no número de mortes sem precedentes. Enquanto não temos vacina para todos, precisamos manter o distanciamento social e uso de máscara em todas as situações”, destacou o também professor Marcelo Gonçalves, integrante da equipe que fez o estudo.
O cientista reforça a
orientação do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia do Governo
do Estado sobre o uso das máscaras. Em um documento divulgado em 20 de
fevereiro, os integrantes do comitê ressaltam: “Algumas opções são duas
máscaras de pano, uma máscara cirúrgica com máscara de pano por cima, ou uma
máscara do tipo PFF2 com selo do Inmetro. O importante é que ela seja bem
colocada, tapando o nariz e a boca e não deixando vazar ar. Para caminhar ao ar
livre, em locais sem aglomeração, pode ser usada uma máscara simples”. O comitê
também recomenda manter distanciamento mínimo de dois metros e dar preferência
a ambientes ao ar livre ou bem ventilados.
Dicas:
1. Reduza a circulação ao
mínimo que puder; saia de casa somente o necessário; evite reuniões com pessoas
que não moram com você, viagens, festas, eventos ou outras aglomerações.
2. Se tiver de permanecer em
locais fechados com outras pessoas que não moram com você, use máscaras bem
ajustadas e com mais de uma camada. Algumas opções são duas máscaras de pano,
uma máscara cirúrgica com máscara de pano por cima, ou uma máscara do tipo PFF2
com selo do Inmetro. O importante é que ela seja bem colocada, tapando o nariz
e a boca e não deixando vazar ar. Para caminhar ao ar livre, em locais sem
aglomeração, pode ser usada uma máscara simples.
3. Evite encontrar, se possível,
pessoas que se aglomeraram durante o carnaval.
4. Prefira sempre ambientes ao
ar livre ou naturalmente bem ventilados e usando máscara.
5. Mantenha sempre
distanciamento de no mínimo 2 metros das outras pessoas, mas quanto maior a
distância, melhor.
6. Se participou de festas ou
reuniões com quem não mora com você durante o feriado, procure manter o
distanciamento físico rigoroso, ficando em casa durante os próximos 14 dias:
não vá à escola, não vá visitar a família e não saia de casa a não ser para o
que for estritamente necessário, como ir ao serviço de saúde.
Foto: Alina Souza
05/03/2021
| 14:10
Correio
do Povo