Recurso da PGR sobre o caso de Lula será julgado pelo plenário do STF
Subprocuradora-geral Lindôra
Maria de Araújo prepara recurso a ser encaminhado à Corte
A Procuradoria-Geral da
República (PGR) informou nesta segunda-feira que vai recorrer da decisão do
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as
condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro, relator dos
casos da Lava Jato no Supremo, afirmou que vai encaminhar o recurso da PGR para
apreciação do plenário. Assim, caberá ao colegiado de onze ministros – e não à
Segunda Turma da Corte, que tem imposto sucessivas derrotas a Fachin - decidir
sobre o futuro das ações.
O gabinete do ministro
informou também que a decisão de remeter do Paraná ao Distrito Federal as ações
penais de Lula devem ser cumpridas mesmo antes do julgamento do recurso, que
está em elaboração na PGR.
A assessoria de imprensa da
Procuradoria-Geral da República informou que o recurso será preparado pela
subprocuradora-geral Lindôra Maria de Araújo, braço direito do procurador-geral
Augusto Aras e responsável pelos processos da Lava Jato na Suprema Corte. O
órgão não deu detalhes sobre quais pontos da decisão serão contestados.
Já a assessoria de imprensa do
Ministério Público Federal do Paraná, que apresentou as denúncias, se
manifestou por meio de nota. "O núcleo da Lava Jato no Gaeco do Ministério
Público Federal no Paraná não atua na instância junto ao Supremo Tribunal
Federal (STF), portanto segue trabalhando nos casos que competem ao grupo nos
processos junto à Justiça Federal no Paraná."
Procurado pela reportagem, o
atual coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Alessandro Oliveira, disse
que não irá comentar a decisão de Fachin. Questionado sobre o impacto da
decisão, Oliveira disse avaliar como "grande", mas que ainda seria
preciso estudar a decisão. O ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, Deltan
Dallagnol, disse a decisão de Fachin pode aumentar o risco de prescrição.
Decisões
Além da Justiça Federal no
Paraná, as sentenças foram confirmadas na segunda instância pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A ação penal do triplex também foi
validada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em janeiro de 2018.
Em abril daquele ano, Lula foi
preso graças ao entendimento de então do Supremo Tribunal Federal (STF) que
permitia o início da pena logo após condenações em segunda instância. Foi solto
em novembro de 2019, quando o Supremo reviu a jurisprudência sobre o tema.
08/03/2021
| 21:34
AE