Assembleia aprova Reforma da Previdência dos Militares
Deputados analisaram ainda
outros projetos que trancavam a pauta
A Assembleia Legislativa
aprovou na tarde desta terça-feira os projetos do governo do Estado
encaminhados com pedido de urgência e que trancavam a pauta, entre eles o que
altera a Previdência dos Militares, por 31 votos a favor (o voto do deputado
Paparico Bacchi ocorreu após a votação) e 19 contrários. A proposta, que alinha
as alíquotas de civis e militares, recebeu críticas por parte de alguns
parlamentares e de representantes das categorias.
O texto determina a
substituição do desconto previdenciário de 14% para alíquotas progressivas de
acordo com a faixa salarial, saindo de 7,5% e chegando a 22%. A alteração já
foi realizada para os servidores civis, no ano passado. O governo do Estado
estima impacto de R$ 200 milhões anuais com as mudanças.
"Quem disse que os
servidores se expõe e portanto devem ser preservados tem toda razão. Aqueles
que estão na ativa, estão à frente da defesa da cidadania, estes 96% (dos
servidores na ativa) terão de pagar menos. Siginifica que terão um salário
maior", argumentou o líder do governo, Frederico Antunes (PP).
"Logicamente, temos um corpo inativo de servidores que prestaram um
excelente serviço para o Estado. Mas eles irão contribuir para um fundo
previdenciário que é deficitário", completou, ao defender o texto.
O deputado Pepe Vargas (PT) e
a deputada Luciana Genro (PSol) apresentaram a emenda, que acabou não sendo
analisada. A mudança previa que a cobrança das alíquotas sobre os salários dos
servidores inativos e pensionistas fosse apenas sobre aqueles que ganhassem
acima do teto do INSS. A emenda se referia tanto aos servidores civis quanto
aos militares.
Em fala, Luciana Genro afirmou
que o projeto, além de não esperado pela categoria, que aguardava um projeto de
plano de carreira desde o ano passado, também não foi dialogado. "Os
policiais militares têm trabalhado muito tentando resolver os dramas sociais
que eles encontram no cotidiano. O governo faz propaganda mas não valoriza o
brigadiano", destacou, afirmando, ainda, que o projeto iria aplicar uma redução nos salários
dos pensionistas "tirando comida da mesa de trabalhadores que já fizeram
sua contribuição".
O principal argumento
apresentado pelos contrários a proposta seria a falta de segurança jurídica do
projeto, uma vez que a lei federal determina uma alíquota de 10% para os
servidores militares. Contudo, no ano passado o Estado entendeu, com base em
decisão do STF, a possibilidade de estabelecer uma alíquota fixa de 14%.
Em fala, o deputado Coronel
Zucco (PSL) justificou que o Estado apenas teria ganhado a ação poder ter
estabelecido um valor fixo, e pediu ao governo que "além de botar no
instagram" a queda dos índices de crminalidade que colocasse um projeto
passível de se debater e que estivesse de acordo com as leis federais. "Caso
aprovado e sancionado este projeto, acompanharei meus irmãos de farda e, ao
lado deles, seguirei até a última estância do poder judiciário. Declarando ela
inconstitucional", afirmou o deputado Capitão Macedo (PSL).
Favorável ao projeto, o
deputado Fábio Ostermann (Novo) argumentou que a proposta corrigia injustiças.
"Considero que ele seja não só uma questão justiça e isonomia, mas uma
questão de responsabiblidade fiscal. E digo mais: valorização dos soldados na
ativa", pontuando que as alíquotas de menor valor seriam cobradas àqueles servidores
com o menor salário.
Reforçando a fala de Ostermann
sobre um acerto de injustiças, Mateus Wesp (PSDB) afirmou que 96% dos
servidores na ativa iriam receber mais, enquanto que mudanças reais apenas
seriam feitas no salário dos servidores que ganham acima de R$ 15 mil, o que
"não coincide com a realidade financeira da maioria dos brasileiros".
Wesp ainda reitou a legalidade do projeto.
Foto:
Joel Vargas | Agência ALRS
09/03/2021
| 17:55
Flavia
Simões