CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR PRESIDIDA POR DOM ADIMIR, NA CATEDAL SÃO JOSÉ
Na solene celebração Paixão de
Cristo, Dom Adimir aprofunda as suas 7 últimas palavras na Cruz
Seguindo as restrições
sanitárias de prevenção à pandemia Covid-19, com participação presencial mínima
de fiéis, Dom Adimir presidiu a solene Paixão do Senhor, às 15 desta
sexta-feira santa, na Catedral São José, acompanhado pelo mestre de cerimônias,
Pe. Lucas Stein, e pelo diácono João Pascoal Pozza.
A liturgia do dia sempre tem a
proclamação da Palavra com o Evangelho da Paixão de Cristo segundo o
evangelista São João, a oração universal com dez súplicas por necessidades da
Igreja e do mundo e atualmente mais uma prece pelos que padecem pela atual
pandemia, a adoração da cruz e a comunhão eucarística.
Na homilia, inicialmente, o
Bispo destacou a natureza da sexta-feira santa, na qual Deus manifesta seu
maior gesto de amor pela humanidade e o testamento de Cristo, que se pode
compreender a partir de suas sete últimas palavras na Cruz. Passou a refletir
sobre cada uma delas com aplicações práticas para a vida de todos. Estas
palavras são: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem; "Em
verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso", no diálogo com os
crucificados ao seu lado; "Mulher, eis aí o seu filho; eis aí a sua
mãe", dirigindo-se a Maria e a João; "Eli Eli, lama sabachthani? -
'meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" ; "Tenho sede";
"Tudo está consumado" ; "Pai, nas Tuas mãos entrego o meu
espírito"
Ao lembrar o grito de Cristo na Cruz, “meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, o Bispo fez referência à súplica de dor, angústia e interrogações nos momentos trágicos da vida; de muitos no atual flagelo da pandemia do Coronavírus, com mais de 3 mil mortes nas últimas 24 horas. É um grito que reafirma a fraqueza humana que se indaga onde está Deus. Mas ele nunca abandona seu povo, tanto que nos enviou seu Filho que doou a vida por nós. A pandemia ensina que não bastam poder, riqueza, bem-estar e outros recursos. Somente a confiança em Deus nos sustenta e nos conduz à salvação.
Na conclusão da homilia Dom
Adimir observou que não basta contemplar o amor de Cristo na entrega da vida ao
Pai por nós. É necessário amá-lo e deixar-se amar por Ele. Viver seu mandamento
maior: amai-vos uns aos outros como eu vos. E ele amou sem medida, de forma
total.
Roteiro
e síntese da homilia do Bispo
Natureza da Sexta-feira Santa
– reflexão, oração, contemplação do maior gesto de amor de Deus pela
humanidade.
Nenhum dos quatro Evangelhos
fornece o conjunto completo das frases (palavras) de Jesus na Cruz, mas, as
sete relatadas pelos evangelistas são cheias de significado para os cristãos.
Jesus não as falou por acaso. Por isso, é sempre oportuno recordá-las.
1ª.
palavra
"Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem" (Lc 23, 34)
Jesus pediu a Deus que
perdoasse a ignorância daqueles que o crucificavam: os soldados e a multidão
que o acusavam. Esta prece concretiza o que dissera anteriormente, quando pediu
aos seus discípulos que amassem e perdoassem seus inimigos. Jesus ensinou que
não se deve pagar o mal com o mal. "Pai, perdoa-lhes!", Jesus ensina
com seu exemplo, que é o maior ensinamento.
2ª.
palavra
"Em verdade te digo, hoje
estarás comigo no paraíso" (Lc 23, 43)
O "bom ladrão"
deixou-se tocar pela graça transformadora de Jesus crucificado, enquanto o
outro não. Eis o exemplo dirigido a todos nós cristãos. "O verdadeiro
encontro com Cristo muda a nossa vida!".
3ª. palavra
"Mulher, eis aí o seu
filho; depois disse ao discípulo: eis aí a sua mãe" (Jo 19, 26-27)
"A Igreja sempre interpretou estas palavras de Jesus como uma entrega de Maria a todos os discípulos. Maria é, assim, a mãe da Igreja, expressão e prolongamento da maternidade de seu filho Jesus". Sendo mãe de Jesus, dada como mãe dos discípulos, refere-se também a todos nós como discípulos de Jesus e portanto, também filhos de Maria nesta adoção.
4ª. palavra
"Eli Eli, lama
sabachthani? - 'meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mt 27, 46;
Mc. 15, 34)
As palavras retratam o seu
estado de profunda desolação, solidão, abandono e sofrimento, e representam o
grito de todos os seres humanos nos momentos difíceis e dramáticos da vida.
(Exemplo disso, temos a PANDEMIA DE HOJE). Mas, "Deus nunca nos
abandona".
5ª. palavra
"Tenho sede"
"Aqui fica evidente a
natureza humana de Jesus, de carne e osso como nós, que "foi provado como
nós, em todas as coisas, menos no pecado" (Hb 4, 15). Jesus tem sede de salvação
para toda a humanidade.
6ª. palavra
"Tudo está
consumado" (Jo 19, 30)
"Esta frase, indica que
Ele cumpriu sua missão! Jesus declara que tudo o que devia ser feito foi
cumprido! Estas palavras convidam-nos a seguir em frente, tentando amar de
acordo com aquilo que Ele ensinou. “Amar como Jesus amou. Viver como Jesus viveu”,
eis a grande lição.
7ª. palavra
"Pai, nas Tuas mãos entrego
o meu espírito" (Lc 23, 46)
"Terminada sua agonia,
Jesus se abandona aos cuidados de seu Pai e, assim fazendo, expira. Ele devolve
tudo ao Pai. Entrega-nos a todos nós, com todos os nossos medos e esperanças,
colocando-nos nas mãos de Deus. É o ato supremo de confiança”.
Conclusão:
Aprendemos com Jesus e com
suas palavras, a lição do amor. Só não sabe amar e não sabe o que é o amor,
aquele que não fez o verdadeiro encontro com Cristo, pois Ele nos ensina a amar
e a deixar-se amar por Ele, no mistério de sua Paixão e de seu supremo amor
pelo mundo. A Paixão de Jesus é o testemunho de quão grande é o seu amor por
nós e o quanto é difícil amar de verdade.
Nós cristãos não podemos viver
com tristeza o mistério da sexta-feira santa, mas sim agradecidos por tão
grande amor que Deus manifestou a nós na entrega de seu próprio Filho Jesus.
Amemos a Cristo e nos deixemos amar por Ele no compromisso de amarmo-nos uns
aos outros, como Ele nos amou. Eis o grande mandamento que Ele nos deixou nas
suas palavras e no seu exemplo com a morte e morte de cruz. Contemplemos a cruz
e vislumbremos a glória da ressurreição.
Imprensa:
Padre Antoninho Valentini Neto