REGRAS DE BANDEIRA VERMELHA NO ESTADO DEVEM COMEÇAR A VALER A PARTIR DE QUARTA-FEIRA
Governador
confirmou alteração de regras no atual modelo de distanciamento controlado e a
substituição desse sistema a partir do próximo mês. Leite irá mudar o
distanciamento controlado a partir de 10 de maio
Governador vai editar novo
decreto para colocar RS em bandeira vermelha, encerrar cogestão e liberar aulas
presenciais
O governador Eduardo Leite
anunciou na tarde desta terça-feira a edição de um novo decreto que coloca o
Estado em bandeira vermelha, permitindo o retorno das aulas presenciais no Rio
Grande do Sul. "Haverá mudanças no Modelo de Distanciamento Controlado, na
cogestão e na salvaguarda. Queremos as escolas abertas já. Isso é muito
essencial", disse chefe do Executivo gaúcho em mensagem postada nas redes
sociais. O atual sistema seguirá até o dia 10 de maio, quando será completado
um ano de sua implementação. Depois, entram vigor as alterações.
Em um pronunciamento, o tucano
afirmou que são necessárias mudanças no modelo – chamado por ele de
"pioneiro e construído com base na ciência" – porque a recente onda
de Covid-19 no Estado foi diferente da vivida em 2020. De acordo com Leite, o
novo decreto é o último ajuste que ele determinou no Modelo de Distanciamento
Controlado que existe nos termos atuais. "Depois de ter cumprido seu
papel, vamos substituir esse modelo por outro mais aprimorado e adequado,
depois de todo aprendizado que vivemos".
O governo do RS decidiu por
extinguir a salvaguarda da bandeira preta regional, acionada quando a relação
entre leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) livres e ocupados por
pacientes de Covid-19 baixa de 0,35. Contudo, a da bandeira vermelha fica
mantida. Assim, quando uma região apresentar bandeira vermelha ou preta no
índice de hospitalizações para cada 100 mil habitantes da região, e o número de
leitos livres/leitos Covid da macrorregião estiver menor ou igual a 0,8, a
trava é acionada e a região será classificada em bandeira vermelha mesmo que a
sua média for mais baixa.
"Após análise do grupo técnico e estudos, concluímos por ajustar a salvaguarda da bandeira preta no Estado. Ela vai continuar existindo, mas será acionada apenas quando a ocupação de leitos com pacientes confirmados para o coronavírus estiver num ciclo de piora em 14 dias, sendo desativada quando se observar um ciclo de pelo menos 14 dias de redução da ocupação por doentes com Covid-19".
Volta
às aulas será possível em novo modelo
As decisões foram tomadas em
reunião de emergência por videoconferência com o presidente da Assembleia,
Gabriel Souza, o presidente da Famurs, Maneco Hassen, e o prefeito de Porto
Alegre, Sebastião Melo. O encontro foi agendado após o Tribunal de Justiça
manter a suspensão das aulas presenciais no RS enquanto durar a bandeira preta.
Leite defendeu que a
interferência da Justiça é legítima, mas equivocada e incoerente. "O
Judiciário usa as fórmulas que foram criadas por nossa equipe técnica, mas
despreza a análise que os nossos técnicos fazem para definir o que deve ser restrito
e aquilo que deve funcionar. Nós respeitamos a decisão, mas não nos resignamos
com ela", argumentou.
O governador afirmou que o
governo quer "as crianças voltando às aulas com cuidados,
protocolos". "As aulas precisam ser presenciais, especialmente para a
educação infantil e alfabetização", defendeu. "Quero apresentar minha
solidariedade aos pais, às mães, e mesmo às crianças. Não tenho filhos, mas
tenho uma longa vida dedicada a cuidar de gente, das pessoas, e muito
especialmente das crianças. Independentemente de quem seja a responsabilidade
pela dificuldade no retorno às aulas, seja do Executivo ou do Judiciário, ambos
são Poderes do Estado. E o Estado deve um pedido de desculpas para a
população", afirmou.
27/04/2021
| 14:33
Correio
do Povo
Foto: Maurício Tonetto/ Palácio Piratini /
Divulgação / CP