Voz da Diocese (09/05/2021) Dia das Mães


“Amai-vos uns aos outros como Eu vos Amei”

         Estimados irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese, nossa saudação. Particularmente nossa manifestação de carinho e homenagem a todas as mães pelas quais somos convidados a rezar e agradecer neste dia especial a elas dedicado. Mães que são a verdadeira expressão do amor.

Na liturgia da Palavra deste 6º Domingo da Páscoa, Jesus traz a novidade de um novo mandamento, o qual resume todos os preceitos e regras do velho testamento, quando este ordenava: “Ama o próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Jesus supera, vai além do mandamento da antiga aliança, e diz: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Jesus nos amou de modo incondicional e indiscriminadamente até às últimas consequências, ou seja, até o ponto de dar a vida.

 De fato, o ápice do amor de Jesus é sua morte de cruz por todos, sem escolha de raça, cultura, status social ou outra condição humana ou terrena, mas um amor total e pleno, de quem se esvazia, despoja-se, por completo, por quem ama. Jesus ama e entende esse amor como um amor entre amigos, pois não é um amor que olha o outro de cima, mas um amor que vê no outro “um igual”: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13).

O amor de Jesus é pedagógico: recebe-o do Pai e ensina aos discípulos: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei” (Jo 15,9). Jesus revela a plenitude do amor do Pai. Cristo é sacramento deste amor do Pai para com a humanidade e todo o universo, pois o gesto mais concreto que manifesta essa verdade é o envio do Seu Filho ao mundo, para que tenhamos vida e vida em plenitude. O amor de Cristo Jesus aos seus, o qual se transborda para todos, é o amor do amigo, tanto para os judeus quanto para os gregos, pois como diz o Apóstolo Pedro na primeira leitura, “... Deus não faz distinção entre as pessoas [...] Pelo contrário, aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35).

Portanto, o Amor de Cristo é universal, atinge a todos que guardam os seus mandamentos. Daí nasce a universalidade do Evangelho e da Ação do Espírito Santo. Conforme nos ensina o livro dos Atos dos Apóstolos, o anúncio do Evangelho não se limita a esta ou àquela cultura, a este ou àquele povo, como também, o Espírito Santo não se restringe somente a um grupo de privilegiados, mas é Dom do Ressuscitado a todos que acolhem a Sua Boa Nova, ou seja, aceitam a mensagem do Evangelho e se deixam ser amigos de Jesus.

Caríssimos irmãos e irmãs, São João nos ensina, na segunda leitura, que “Deus é Amor”. Esta não é uma definição teórica ou filosófica, mas porque enraizada na experiência de Jesus com o Pai, a comunidade cristã torna-se expressão viva de uma religião do amor. O Cristianismo não pode ser concebido sem o amor que se traduz na vida comunitária, na partilha do perdão, do pão e do afeto fraternal, na solidariedade com os que mais sofrem, a fim de que não haja necessitados entre nós. O amor vivido por Jesus está na alma da vida cristã. Jesus nada exige de nós, apenas que nos amemos uns aos outros, como Ele nos amou.

Irmãos e Irmãs. Como vemos, a liturgia está marcada pela mensagem de amor e nos convida a viver intensamente este amor. Não esqueçamos hoje de expressar, de modo especial, este amor a todas as mães. Você que ainda tem sua mãe, perto ou longe, não perca a oportunidade de dizer, “mãe, eu te amo”. Se sua mãe já partiu, não deixe de recordá-la no seu coração e rezar por ela. Sejamos agradecidos pelo dom da vida de nossas mães.

Que Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, nos ajude a vivermos o mandamento do amor ensinado por seu Filho Jesus. Assim seja! Amém!

 

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim

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