VACINA DA PFIZER FUNCIONA CONTRA VARIANTE INDIANA MAS EFICÁCIA É "LEVEMENTE MENOR", APONTA ESTUDO
(Apesar de uma eficácia levemente menor, a vacina da Pfizer é provavelmente protetora | Foto: Thomas Lohnes / AFP / CP)
Pessoas vacinadas com duas
doses do imunizante apresentam anticorpos no soro sanguíneo eficazes contra a
variante inglesa
A vacina da Pfizer produz
anticorpos capazes de neutralizar a variante indiana do coronavírus, mas sua
eficácia é "levemente menor", afirma ume estudo de cientistas do
Instituto Pasteur de Paris.
As pessoas vacinadas com duas
doses da Pfizer apresentam anticorpos no soro sanguíneo eficazes contra a
variante inglesa, mas menos eficientes contra a variante indiana estudada, de
acordo com a pesquisa divulgada pelo site de pré-publicação BioRxiv.
Apesar de uma "eficácia
levemente menor, segundo os exames de laboratório, a vacina da Pfizer é
provavelmente protetora", afirmou Olivier Schwartz, coautor do estudo e
diretor do departamento de Vírus e Imunidade do Instituto Pasteur de Paris.
Os cientistas também testaram
a eficácia da vacina da AstraZeneca contra estas variantes, mas apenas com
pessoas que receberam apenas uma dose, pois os autores "não tiveram acesso
às mostras das pessoas que receberam as duas doses" no momento em que o
estudo foi realizado, explicou Schwartz à AFP.
Esta vacina começou a ser
usada na União Europeia (UE) em fevereiro e a recomendação de intervalo entre
as doses é de 12 semanas. No fim de abril, quando o estudo foi organizado,
apenas um número muito pequeno de pessoas havia recebido as duas doses, devido
aos receios provocados por seus possíveis efeitos colaterais - o fármaco foi
reservado para o uso em pessoas com mais de 55 anos na França
Os resultados dos estudos,
realizados com hospitais universitários franceses, mostram que uma dose da
AstraZeneca é eficaz contra a variante inglesa, mas "funciona muito pouco
contra as variantes indiana e sul-africana". Uma única dose desta vacina
parece "pouco eficaz ou de todo ineficaz" contra a variante indiana,
afirma Schwartz.
A variante indiana, conhecida
cientificamente como B.1.617, foi detectada na Índia em outubro de 2020 e desde
então se propagou para outros países.
Seus três subgrupos principais
- B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3 - registram algumas mutações que podem
aumentar sua capacidade para reduzir a eficácia dos anticorpos gerados pelas
vacinas, adquiridos naturalmente ou de forma terapêutica.
Os cientistas estudaram
concretamente o vírus B.1.617.2, que parece ser mais contagioso que as outras
duas variantes e foi detectado recentemente em uma dezena de países.
"Demonstramos que esta variante, que se propaga muito rápido, adquiriu uma
resistência parcial aos anticorpos", afirma Schwartz.
29/05/2021
| 8:24 Atualizado 8:33
AFP