COMISSÃO DA CÂMARA APROVA REFORMA ELEITORAL COM O CHAMADO DISTRITÃO
(Proposta ainda precisará de aprovação em dois turnos no Congresso | Foto: Gustavo Sales / Agência Câmara / CP)
Proposta muda sistema
proporcional para o majoritário na escolha de parlamentares
A comissão especial da Câmara
aprovou nesta segunda-feira a PEC 125/2011, ou PEC da reforma política, que
muda o atual sistema eleitoral brasileiro. Na sequência, os deputados começaram
a votar emendas do parecer da relatora Renata Abreu (Podemos-SP).
O chamado
"Distritão" já foi votado e rejeitado duas vezes pelo plenário da
Câmara, em 2015 e em 2017. Tanto que na semana passada não houve consenso entre
os parlamentares e a votação foi adiada.
O relatório de Renata Abreu
prevê a adoção do sistema eleitoral majoritário na escolha dos cargos de
deputados federais e estaduais em 2022. É o chamado “Distritão puro”, no qual
são eleitos os mais votados, sem levar em conta os votos dados aos partidos,
como acontece no atual sistema proporcional.
Hoje, para eleger um deputado,
um partido precisa de uma quantidade determinada de votos. Para isso, todos os
votos dados para deputados do mesmo partido contam. Então, se um candidato tem
1 milhão de votos, mas precisa de apenas 200 mil para se eleger, ele
"puxa" colegas do mesmo partido ou coligação.
Sistema
misto
Segundo a relatora, o
“Distritão” valeria apenas em 2022 pela falta de tempo para dividir os estados
em distritos menores com zonas eleitorais correspondentes. Já em 2024, a ideia
é fazer um sistema misto, em que cada estado seria dividido em distritos.
O eleitor votaria duas vezes,
uma para o candidato do distrito e outra para os candidatos das listas
partidárias, como acontece hoje.
Outra mudança sugerida pela relatora é que os votos dados a mulheres valerão em dobro na hora de os partidos dividirem o Fundo Partidário; o que deve estimular candidaturas femininas. Renata Abreu ressalta que hoje 900 câmaras municipais não têm nenhuma vereadora.
Voto
preferencial
Está previsto, ainda, o voto
preferencial nas eleições para presidente, governador e prefeitos. A ideia,
segundo a relatora, é organizar as preferências dos eleitores, ao invés de
dar-lhes uma única opção. Para isto, o eleitor poderá indicar até cinco candidatos,
em ordem de preferência. Na contagem de votos, serão aferidas as opções dos
eleitores até que algum candidato reúna a maioria absoluta dos votos. O
objetivo é facilitar a eleição daqueles que reúnem maior apoio e menor
rejeição. A proposta, contudo, só se aplicará a partir das eleições de prefeito
em 2024.
Após a aprovação da PEC, a
proposta ainda precisa passar por dois turnos de votação nos plenários da
Câmara e do Senado. A aprovação depende de, no mínimo, 308 votos de deputados e
49 senadores em cada uma das votações em Plenário.
09/08/2021
| 22:53
R7