ESTUDO DESTACA IMPORTÂNCIA DE MONITORIAS PARA ACADÊMICOS HAITIANOS, INDÍGENAS E COM DEFICIÊNCIA
(Créditos da foto: Lagos Techie/Unsplash.)
Projeto da UFFS foi tema de
pesquisa publicada em e-book e apresenta relatos dos estudantes atendidos com o
programa
Criado em agosto de 2018, o
projeto “Monitoria Intercultural: Inserção de Discentes Indígenas e Haitianos
na UFFS - Campus Erechim” visa garantir espaços de socialização, intercâmbio,
diálogos, colaboração e apoio pedagógico entre a comunidade acadêmica e os
estudantes indígenas, haitianos e com deficiência da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, de modo que seja favorecida a permanência
e o progresso acadêmico desse público na Instituição. Recentemente, um estudo
da experiência vivenciada pelos estudantes atendidos no projeto foi publicado
em e-book.
A monitoria é um espaço de
troca de experiências, de conhecimentos e de cultura. Há um movimento de
ensino-aprendizagem tanto para quem ensina quanto para quem aprende - explicam
duas das autoras do estudo, Andréia Cerezoli e Roselaine de Lima Cordeiro. - Os
laços são fortalecidos nessa troca de saberes, o que permite a acolhida aos
estudantes atendidos pela monitoria e, também, a vivência de uma experiência de
docência por parte dos monitores.
O estudo publicado tem ainda a
participação de Aníbal Lopes Guedes e Marcelo Luis Ronsoni. Todos os autores
são professores ou técnicos-administrativos na UFFS – Campus Erechim.
Além da viabilização das
políticas institucionais da UFFS, como o Programa de Acesso e Permanência dos
Povos Indígenas (PIN) e o Programa de Acesso à Educação Superior da UFFS para
Estudantes Haitianos (PROHAITI), o projeto vai ao encontro de orientações
nacionais, como o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e a Lei nº
10.558 de 13 de novembro de 2002, que criou o programa Diversidade na
Universidade com o objetivo de promover o acesso à educação superior de grupos
socialmente desfavorecidos, especialmente afrodescendentes e indígenas.
Na coleta de dados e análise
qualitativa dos relatos dos discentes envolvidos na monitoria, destaca-se o
apoio pedagógico recebido pelos estudantes haitianos como indispensável para o
êxito nas atividades acadêmicas, enquanto os monitores destacam a formação
humana como um dos grandes aprendizados da atuação no projeto.
Um dos estudantes, que atuou
como monitor, afirma em seu relato:
Acredito que a monitoria
agrega conhecimentos fundamentais na formação acadêmica, tanto para o monitor,
quanto para o monitorado, uma vez que a troca de experiências e conhecimentos
entre os estudantes aproxima realidades distintas, ao mesmo tempo que contribui
para a aprendizagem. Vejo na monitoria uma oportunidade de aproximação com a
experiência da docência dentro da Universidade e acredito que minha
contribuição com os monitorados foi além de um auxílio acadêmico, esclarecendo
dúvidas de conteúdo, mas também procurei me colocar à disposição para acolher
esses alunos e entender as suas dificuldades.
Já entre os acadêmicos que
foram atendidos pelos monitores, destaca-se o depoimento abaixo:
A monitoria significa muito,
muito para mim. Sou aluna estrangeira, estudando numa língua que não é minha. É
muito difícil. O meu maior obstáculo na vida acadêmica é a língua portuguesa.
Como os professores não conseguem passar tudo para nós numa aula, a monitoria
completa essa lacuna.
O projeto “Monitoria
Intercultural: inserção de povos indígenas e haitianos na UFFS - Campus
Erechim” mobiliza vários setores do Campus: Coordenação Acadêmica, Setor de
Acessibilidade, Assessoria Acadêmica, Laboratório Interdisciplinar de Formação
de Educadores (LIFE) e Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP).
O estudo sobre o projeto foi publicado no e-book “Diálogos em educação inclusiva” (Editora Schreiben), que pode ser baixado gratuitamente no link https://bit.ly/2W9BF1T.
Wagner
Lenhardt -Jornalista
Assessoria
de Comunicação (Ascom)
Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim