Milho dispara 50% em um ano e encarece carne de frango e ovos
Prévia da inflação mostra que
preços das aves e dos ovos ficaram 24,02% mais caros nos últimos 12 meses,
segundo o IBGE
Opções de proteína mais
baratas do que as carnes vermelhas, o frango e os ovos não têm aliviado o bolso
das famílias e também ficaram mais caros nos últimos meses. A variação segue em
linha com a disparada do milho, que saltou mais de 50% nos últimos 12 meses.
“A alimentação segue
influenciada pela seca, porque houve quebra de safra no milho e a repercussão é
na carne de frango e nos ovos, que andam subindo de preço”, analisa o André
Braz, economista responsável pelos índices de preços do Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com dados do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o valor cobrado por cada saca de 60 kg de
milho disparou mais de 50% nos últimos 12 meses, com custo passando de R$ 60,06
para R$ 90,83.
O reflexo é percebido nos índices oficiais de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a prévia da inflação de setembro, a maior para o mês em 27 anos, os valores das aves e dos ovos saltaram 24,02% nos últimos 12 meses.
Carne de frango e ovos também
ficaram mais caros nos últimos meses | Foto: TARSILA PEREIRA/CP MEMÓRIA
Os principais destaques ficam
por conta das altas do frango inteiro (+25,5%) e em pedaços (+26,67%). Os ovos,
por sua vez, estão 15,29% mais caros do que em outubro do ano passado.
Carnes vermelhas
Ainda que as altas sejam
significativas, a alternativa de retornar para as carnes vermelhas para driblar
a inflação não é uma boa aposta, já que o item saltou ainda mais: 28,36%. No
período de 12 meses, os maiores saltos partiram do músculo (36,83%), lagarto
comum (34,07%), pá (33,88%), patinho (32,5%), costela (31,85%) e contrafilé
(30,62%).
Na outra ponta, as variações
em ritmo menor foram verificadas nos preços da capa de filé (11,13%), fígado
(12,43%) e carne de porco (14,84%). Nenhuma das carnes vermelhas ficou mais em
conta no período.
A aposta real para fugir da
disparada dos preços das aves e das carnes vermelhas pode ser identificada na
substituição pelos peixes, cuja alta de preços acumulada entre outubro de 2020
e setembro de 2021 é de 5,56%.
Créditos: R7