Romaria jubilar de N. Sra. da Salette em Marcelino Ramos nos 175 anos de sua aparição
No Dia Nacional da Bíblia,
neste último domingo de setembro do Ano de São José, da Família Amoris Laetitia
e jubilar de ouro da Diocese de Erechim, o Santuário de Marcelino Ramos
realizou a 86ª Romaria de N. Sra. da Salette, a do jubileu dos 175 anos de sua
aparição nos Alpes da França em 19 de setembro de 1846.
Na observância dos protocolos
de prevenção à pandemia Covid-19 e com diversas orientações precisas da direção
do Santuário deles decorrentes, a Romaria teve como lema “Salette, caminho de
esperança e de paz para a família”. No Santuário, houve missa às 07h, 12h e
15h. No altar campal em frente ao mesmo, missa às 10h e bênção com o Santíssimo
depois da missa das 15h.
A missa das 10h foi presidida
por Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo de Erechim, concelebrada pelo provincial
dos missionários saletinos, Pe. Leonir Nunes dos Santos, outro padre da
Congregação, Pedro Piloneto, um da Sagrada Família, vindo de Porto Alegre,
Lotário Niederle, e dois da Diocese de Erexim, André Stein e Antonio Valentini
Neto, tendo como cerimoniário Pe. Jean Costa.
A missa das 15h, seguida da bênção com o Santíssimo, foi presidida, por
Dom Mário Marques, OFMCap, de Joaçaba, SC, concelebrada também pelo provincial
saletino, pelo reitor do Santuário, Pe.
Renoir Dalpizol, com o Pe. Tiago Costa de cerimoniário.
Dom Adimir, peregrinos da Bela
Senhora consoladora dos filhos em suas dores
O Bispo diocesano de Erexim iniciou sua homilia ressaltando que os participantes presenciais e virtuais da celebração e muitos outros devotos de N. Sra. Salette manifestam sua confiança nela que apareceu às crianças Maximino e Melânia, há 175 anos, numa montanha na França, com mensagem de consolo a todos em suas dores e angústias. Observou que romaria não é só percorrer um determinado caminho, mas também um olhar para o próprio interior e contemplar a ação de Deus em nossa história. Olhar para a própria vida para reconhecer as faltas, para agradecer e pedir o auxílio necessário, na certeza de que Deus nos ama e Maria está sempre atenta à situação de seus filhos. Ela nos ajuda a construirmos um caminho de esperança e de paz para as famílias e para a sociedade, com a renovação dos relacionamentos humanos. Lembrou o Dia Nacional da Bíblia, luz para nossos passos e orientação para nossa vida. Referiu-se às leituras da celebração que falavam da Aliança de Deus com a humanidade, da vida nova em Cristo e do apelo a cada um a deixar-se reconciliar com Deus e de Maria aos pés da Cruz. Dada por Jesus como nossa mãe, ela nos conforta, intercede por nós, mostra-nos o caminho da paz e da esperança, da reconciliação, da vida e salvação em seu Filho. Exortou a todos a pedir a Maria a graça de que necessitam e a serem solidários com os que mais sofrem. Concluiu sua reflexão convidando a acompanhá-lo com coração confiante e num só sentimento na oração do lembrai-vos: Lembrai-vos, ó Nossa Senhora da Salette, das lágrimas que derramastes por nós, no Calvário. Lembrai-vos também dos cuidados que, sem cessar, tendes por vosso povo, a fim de que, em nome de Cristo, se deixe reconciliar com Deus. E vede se, depois de tanto terdes feito por vossos filhos, podeis agora abandoná-los. Reconfortados por vossa ternura, ó Mãe, eis-nos aqui suplicantes, apesar de nossa infidelidade e ingratidão. Não rejeiteis nossa oração, ó Virgem Reconciliadora, mas volvei nosso coração para vosso Filho. Alcançai-nos a graça de amar Jesus acima de tudo, e de vos consolar por uma vida de doação, para a glória de Deus e o amor de nossos irmãos. Amém!
Dom Mário Marques, em Salette,
Maria veio lembrar o essencial da vida
O Bispo de Joaçaba começou sua
homilia na missa das 15h, conclusiva da romaria jubilar dos 175 anos da
aparição de N. Sra. em Salette, em França, ressaltando que ela veio chamar o
mundo a voltar-se para Deus, pois estava voltado apenas para si mesmo. Sua
mensagem veio confirmar a Palavra de Deus na Bíblia Sagrada, cujo dia se
celebrava neste domingo. Ela veio despertar para o essencial para a vida,
aparecendo a duas crianças no contexto de crise da família e da sociedade em
que se encontrava a França, dividida entre ricos e pobres, com ateísmo
militante, anticlericalismo acentuado e indiferença religiosa. Mesmo assim,
aquele país tinha santos e heróis. Para Dom Mário, o mundo de hoje tem muito
daquele tempo. Mas por mais que se queira relativizar a intimidade com Deus, o
ser humano não pode viver sem a prática religiosa. A crítica realidade nacional
e mundial, a situação política, social e pandêmica não podem ser motivo ou
desculpa para se deixar de cultivar a fé. Teceu considerações a partir das
leituras da missa, que falavam da Aliança de Deus com seu povo, do apelo à
conversão e da presença de Maria junto de seu Filho na Cruz. Ressaltou a
natureza dos santuários como centros de espiritualidade, de acolhimento aos
peregrinos e romeiros, com o serviço voluntário de muitas pessoas em cada um
deles, como se pode constatar neste de Marcelino Ramos. Referiu-se também ao
movimento “Mães que oram por seus filhos”, cuja fundadora, conhecendo a
história de N. Sra. da Salette e visitando seu Santuário em Marcelino Ramos, a
escolheu como padroeira de sua iniciativa.
Orientações observadas nas
celebrações da Romaria da Salette em Marcelino Ramos: Dentro dos protocolos
sanitários vigentes em Marcelino Ramos, por orientações precisas da direção do
Santuário de N. Sra. da Salette, a participação presencial foi restrita, com
uso obrigatório de máscara, álcool gel e observação do distanciamento; tendo
participado de uma celebração e feita sua devoção, os romeiros eram convidados
a retornar para sua casa, dando lugar a outros e evitando aglomerações; não foi
permitido acampamento nas imediações do Santuário; não houve procissões,
bênçãos e atendimentos individualizados aos romeiros; houve cucas, pães e
lanches à disposição pelo sistema pegue e leve. As celebrações tiveram
transmissão por rádio e redes sociais.
Texto e Foto: Pe Antonio
Valentini Neto Chanceler Diocesano