Dom Adimir abre Sínodo dos Bispos na Diocese de Erechim
Em fevereiro deste ano, Papa
Francisco convocou a 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos a ser
realizada em outubro de 2023, com o tema: Para uma Igreja Sinodal: Comunhão,
Participação e Missão. Ela terá um processo mais amplo de participação do que
as anteriores, com uma fase nas Dioceses, outra em nível continental, a
terceira em nível de Igreja Universal em Roma e por fim a fase da execução.
No dia 10 deste mês, em missa
na Basílica São Pedro, no Vaticano, o Papa fez a abertura do processo sinodal
em nível universal, cabendo aos bispos fazerem a abertura em nível diocesano
neste domingo.
Assim, na missa das 09h deste domingo na Catedral São José, Dom Adimir abriu esta primeira fase desta Assembleia do Sínodo dos Bispos na Diocese de Erexim.
Na homilia, o Bispo refletiu
aspectos das leituras e do evangelho do domingo à luz dos quais convidou a
todos a viver em comunhão com toda a Igreja o processo sinodal.
Antes da bênção final da celebração, Dom Adimir abençoou velas com a logomarca do Sínodo a serem entregues às 30 paróquias da Diocese, ao Seminário Maior São José, ao Santuário diocesano N. Sra. de Fátima e ao Santuário N. Sra. da Salette de Marcelino Ramos, com a indicação de que no próximo domingo, Dia Mundial das Missões, seja feita a motivação desta Assembleia Sinodal em seus respectivos níveis.
A homilia de Dom Adimir
Depois de anunciar o
lançamento da Assembleia do Sínodo dos Bispos na Diocese, convidou a todos a
meditar sobre o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo que assume a condição
de servo para salvar a humanidade, conforme a Palavra de Deus do domingo.
A primeira leitura, da
profecia de Isaías, retrata parte do Cântico do Servo Sofredor, imagem de
Cristo que dá sua vida pela salvação da humanidade. A segunda leitura, da carta
aos Hebreus, apresenta Cristo como sumo-sacerdote que, por ter assumido a
natureza humana em tudo, menos o pecado, compreende nossas fraquezas em seu
amor misericordioso. No evangelho, diante da busca de poder e privilégios dos
apóstolos, Jesus enfatiza que seu reino é diferente dos deste mundo e apresenta
a condição para segui-lo: desapego total e disposição ao serviço, pois ele veio
para servir e não ser servido.
À luz da Palavra refletida,
convidou a viver o processo da Assembleia do Sínodo dos Bispos que inicia em
nível diocesano. Conforme o Papa Francisco, na homilia do lançamento em nível
universal, “no único Povo de Deus, caminhamos juntos, a fim de experimentar uma
Igreja que recebe e vive este dom da unidade e está aberta à voz do Espírito”.
O Papa também disse que “o Sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de
discernimento eclesial, que se faz na adoração, na oração, em contato com a
Palavra de Deus”. Dom Adimir exortou a viver este tempo de preparação para o
Sínodo da Igreja, no espírito espírito missionário e à luz da Palavra de Deus
que indica o caminho da comunhão e da participação na comunidade eclesial.
Concluiu ressaltando “Agora é tempo de ser Igreja; caminhar juntos,
participar”.
A dinâmica desta Assembleia do
Sínodo
O Concílio Vaticano II,
realizado de 1962 a 1965, recomendou a retomada do Sínodo dos Bispos. O Papa
Paulo VI o confirmou com assembleias gerais ordinárias de três em três anos e
extraordinárias, bem como especiais, conforme a necessidade. Em fevereiro de
2020, Papa Francisco convocou a 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo com o
tema: Para uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão. Ela terá um
processo mais amplo de participação do que as anteriores, com uma fase nas
Dioceses, outra em nível continental, a terceira em nível de Igreja Universal
em Roma e por fim a fase da execução. Nos dias 9 e 10deste mês, o Papa fez a
abertura desta assembleia com celebração em Roma. No dia 9 com um momento de
reflexão na Sala Nova do Sínodo e domingo com uma missa na Basílica São Pedro.
Neste domingo, houve a abertura da assembleia nas dioceses. É a chamada fase da
escuta e a reflexão envolvendo todas as comunidades, paróquias, movimentos e
vida consagrada. Ela se estenderá até abril do próximo ano. Com a síntese de
cada Diocese, a Secretaria Geral do Sínodo elaborará um primeiro instrumento de
trabalho a ser utilizado na segunda fase, a Continental, de setembro do próximo
ano até março de 2023. Com os dados desta fase, a Secretaria Geral produzirá,
até junho de 2023, um segundo instrumento de trabalho, que servirá de base para
a fase da Igreja Universal, em outubro de 2023, em Roma, com a participação de
Bispos do mundo inteiro. A Secretaria
Geral do Sínodo já publicou o instrumento inicial de trabalho e um guia prático
para seu estudo e aplicação. A equipe de animação do Sínodo no Brasil já
realizou live enfocando a fase diocesana do mesmo e está disponibilizando indicações
práticas de participação.
Natureza do Sínodo dos Bispos:
Para o Papa Francisco, “Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta, ciente de
que escutar é mais do que ouvir. É uma escuta recíproca, na qual cada um tem
algo a aprender. O Povo fiel, o Colégio Episcopal, o Bispo de Roma: cada um à
escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o ‘Espírito da verdade’
(Jo 14, 17), para conhecer aquilo que Ele ‘diz às Igrejas’ (Ap 2, 7)”. Um
teólogo o define assim: “Sínodo” é uma palavra antiga e veneranda na Tradição
da Igreja, cujo significado recorda os conteúdos mais profundos da Revelação.
[...] Indica o caminho que os membros do Povo de Deus percorrem juntos. Remete,
portanto, para o Senhor Jesus que se apresenta a si mesmo como “o caminho, a
verdade e a vida” (Jo 14,6), e para o fato de os cristãos, seguindo Jesus,
serem chamados nas origens “os discípulos do caminho” (cf. At 9,2; 19,9.23;
22,4; 24,14.22). A sinodalidade designa, antes de mais, o estilo peculiar que
qualifica a vida e a missão da Igreja, exprimindo a sua natureza como Povo de
Deus que caminha em conjunto e se reúne em assembleia, convocado pelo Senhor
Jesus na força do Espírito Santo para anunciar o Evangelho.