Voz da Diocese Dom Adimir Mazali – 24.10.21


Dia Mundial das Missões: Missionários da Esperança

            Minha saudação aos irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese neste 30º Domingo do Tempo Comum e nos convida a celebrar com toda a Igreja, o Dia Mundial das Missões. A Palavra de Deus desperta a alegria, a esperança e a libertação, realidades a ser contempladas em toda a missão.

            Na primeira leitura, o profeta Jeremias, depois de anunciar tantas dores e sofrimentos de seu povo deportado, procurando consolá-los, pôde trazer a eles uma mensagem de alegria. Deus vai tirar o seu povo do exílio e reuni-lo de novo para retomarem o caminho de salvação. Vai conduzir o resto de Israel, abatido pela dor e pelos limites impostos em sua vida, citando o exemplo, o sofrimento dos cegos e dos aleijados que fazem parte deste povo. Deus mesmo, “como um pai para Israel”, conduzirá esta grande multidão “por torrentes de água, por um caminho reto onde não tropeçarão” (Jr 7,9). A esperança de libertação e a alegria pela ação de Deus renova o povo fiel que suplica: “Salva, Senhor, teu povo, o resto de Israel” (Jr 31,7).

            No Evangelho, fé e compaixão se manifestam e o milagre acontece. A fé do cego Bartimeu e a compaixão de Jesus. Ao saber da passagem de Jesus pelo caminho onde ele, o cego Bartimeu se encontrava, começa a grita por compaixão: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim” (Mc 10,47). Jesus sabia o que Bartimeu precisava, mas ao encontra-lo, escuta o que ele quer. Vendo sua fé ao dizer “Mestre, que eu veja” (Mc 10,51), Jesus lhe responde: “Vai, tua fé te curou” (Mc 10,52). E Bartimeu, curado põe-se a seguir Jesus.

            Caríssimos! Há uma sintonia entre a primeira leitura e o evangelho, pois em ambas as leituras aparecem os cegos e sofredores. Deus como pai, ama seu povo e o liberta das humilhações indicando um novo tempo para sua vida. Jesus, em sua missão libertadora, cura o cego Bartimeu e lhe possibilita contemplar a beleza da vida novamente. Com isso, compreendemos que amor de Deus por nós, é um amor libertador que precisa ser acolhido com uma fé sincera que alcança a graça de Deus naquilo que mais precisamos em nossa vida. Assim, contemplando a ação generosa de Deus em nossa história, dirijamos a Ele nosso louvor e reconhecimento nas palavras do salmista que diz: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria”.

            Prezados irmãos e irmãs. Neste Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco dirige sua mensagem num tom de agradecimento dizendo: “recordamos com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos ajuda a renovar o nosso compromisso batismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção”.     

E prossegue o papa: “Contemplar o seu testemunho missionário impele-nos a ser corajosos e a pedir, com insistência, «ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2), cientes de que a vocação para a missão não é algo do passado nem uma recordação romântica de outrora. Hoje, Jesus precisa de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma verdadeira história de amor, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão”. [...] “Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários”.

Irmãos e irmãs. Que Maria, a primeira missionária do Pai, Santa Terezinha e São Francisco Xavier, padroeiros das missões, nos ajudem a vivermos fielmente nosso compromisso de discípulos missionários de Jesus Cristo, anunciando o amor e a esperança em todos as realidades em nos encontramos. Amém!

 

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim – RS

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