Assembleia Legislativa do RS tem projetos polêmicos em discussão
(Assembleia Legislativa do RS tem projetos polêmicos em discussão | Foto: Divisão de fotografia / Agência ALRS / CP)
Sem sessão plenária nessa
semana em função do feriado, a Assembleia Legislativa terá pela frente votações
polêmicas no mês de novembro. Entre eles, estão os projetos de decreto
legislativo (PDL), de autoria do próprio Legislativo, que buscam sustar o
pagamento de auxílio saúde no Tribunal de Justiça, Ministério Público e
Defensoria Pública, que deverão ser votados na próxima semana.
Enviado pelo Executivo na
semana passada, o projeto que define o teto de gastos também deverá gerar
discussões. A proposta já era aguardada, uma vez que trata da última exigências
da União para a adesão do governo do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF),
que prevê a renegociação da dívida. Como o pedido foi enviado em regime de
urgência, ele deve trancar a pauta da sessão do dia 30 de novembro. A proposta
envolve o Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de
Contas e a Defensoria Pública, que precisarão “adotará os mecanismos
delimitação do gasto público e de controle e manutenção do equilíbrio das
contas públicas”.
Na justificativa, o governo
ressalta que a medida busca “delimitar a trajetória do gasto público,
contribuindo para preservar, no médio e longo prazo, os avanços recentemente
conquistados nas contas públicas estaduais”, como as mudanças trazidas com as
reformas previdenciária e administrativa. O estabelecimento de um limite de
gastos segue as regras adotadas no âmbito federal, de 2016, e que estão em
discussão no Congresso.
Segundo o Executivo, as regras
do teto, pelo projeto, terão vigência de dez exercícios financeiros, a partir
de 2022. Na prática, serão estabelecidos limites para cada um dos poderes e
para os órgãos com autonomia, porém, cada um terá autonomia administrativa e
financeira. A proposta ainda prevê mecanismos “a serem ativados caso o teto de
despesas seja ultrapassado”.
Regionalização.
É possível que, por acordo, os
projetos de regionalização do saneamento básico, enviados pelo Executivo junto
com o que previa a privatização da Corsan, também sejam analisados em plenário
até o final do ano. Como o governo retirou o pedido de urgência, em setembro,
depende de acordo dos líderes ou de um novo movimento por parte do governo. A
proposta enfrenta resistências de prefeitos.
Na semana passada, o governo
encaminhou uma contraproposta em relação aos textos originais. O assunto será
retomado na próxima segunda-feira no grupo de trabalho sobre o assunto no Legislativo.
As alterações preveem, por exemplo, novos instrumentos de governança e a
divisão em dois blocos (um para clientes Corsan e outro para não Corsan) – e
não quatro, como indicam as matérias originais. “O Governo do Estado nos trouxe
um projeto que está em consonância com a alternativa que apresentamos em agosto
e que tem importante aceitação entre os municípios. Certamente poderemos
avançar com esta pauta em breve”, destacou o presidente da Assembleia, Gabriel
Souza.
Por:
Correio do Povo Mauren Xavier