Voz da Diocese – Domingo 14.11.21

33º Domingo do Tempo Comum, e em comunhão com toda a Igreja

“Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7)

            Saudamos mais uma vez a todos os que acompanham a Voz da Diocese, neste 33º Domingo do Tempo Comum, e em comunhão com toda a Igreja, particularmente com o Papa Francisco, celebramos o 5º Dia Mundial dos Pobres.

            Caminhando para o final do tempo litúrgico, a Palavra de Deus nos propõe uma reflexão sobre os tempos apocalípticos, despertando à esperança da vida futura, ou seja, da vida para além da morte – vida em plenitude.

            A linguagem usada nos textos bíblicos causa certo impacto aos nossos ouvidos ao falar de coisas pavorosas que devem acontecer. No entanto, este aspecto se refere aos acontecimentos da vida presente e da vida futura, em meio à qual, Deus vem para salvar o seu povo. Um Deus já presente em nossa história, num mundo que passa. Desta forma, convida à vigilância e à vivência dos valores do Reino de Deus que nos permitem ultrapassar as barreiras do tempo, na acolhida da vida eterna.

            Com toda a Igreja, respondendo ao convite do Papa Francisco, também somos chamados a celebrar o Dia Mundial dos Pobres em sua 5º edição, sendo que neste ano tem como tema: «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7).

O Papa Francisco, em sua mensagem para esta ocasião, nos escreve: «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7), “é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recompensa disso, o Senhor teu Deus, te abençoará em todas as realizações das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra» (Dt 15, 7-8.10-11). E na mesma direção, coloca-se o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo «sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres”.

            Conclui o Papa: “Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegando já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas Locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. Não podemos ficar na espera que batam à nossa porta, é urgente ir ter com eles em suas casas, nos hospitais e casas de assistência, nas estradas e nos cantos escuros onde, por vezes, se escondem e nos centros de refúgio e de acolhimento. É importante compreender como se sentem, o que estão a pensar e quais os desejos que tem no coração”.

Caríssimos irmãos e irmãs, unindo a mensagem da liturgia, que nos propõe a pensar na vida eterna a partir dos acontecimentos da vida presente, a mensagem do Papa Francisco nos chama à vida fraterna e solidária, especialmente com os mais pobres. Cabe-nos, portanto, estar vigilantes e comprometidos com a promoção do bem em todas as oportunidades de nossos relacionamentos, fazendo de nossa existência, neste mundo, uma antecipação das alegrias e esperanças prometidas para a vida eterna.

 

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim – RS

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