Bolsonaro se filia ao Partido Liberal durante evento em Brasília
(Bolsonaro se filia ao PL em
evento em Brasília | Foto: R7 / Reprodução / CP)
O presidente Jair Bolsonaro se
filiou ao PL (Partido Liberal), nesta terça-feira, em cerimônia em Brasília. A
filiação consolida a aliança do chefe do Executivo com o Centrão, espectro
político conhecido por se aliar ao poder, para as eleições de 2022. O governo
já estava aliado com as legendas de centro, sendo hoje sua base no Congresso
Nacional. O vínculo com a sigla também antecipa a disputa política do próximo
ano, quando Bolsonaro tentará a reeleição.
"Seja bem-vindo ao PL.
Seja bem-vindo a 2022", disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em
discurso. Antes de falar, Bolsonaro pediu que o deputado Marco Feliciano
fizesse uma oração. O mandatário discursou dizendo que o evento marca uma
passagem para que possa pleitear algo na frente.
"Estou me sentindo em
casa, dentro do Congresso Nacional, tendo em vista a quantidade de
parlamentares. Lembrando das lutas e momentos de embate que vivemos juntos pelo
nosso país", afirmou. Bolsonaro passou 28 anos como deputado federal antes
de se eleger presidente. Por um período, ele foi filiado ao PP (Partido
Progressista), sigla que também faz parte do Centrão. Ao deixar a legenda, e
depois se candidatar à Presidência, adotou o discurso de crítica ao bloco.
"Ninguém faz nada
sozinho, tudo pode acontecer. O futuro a Deus pertence", disse, pontuando
que ele e o PL "serão uma família". Bolsonaro agradeceu a confiança
de Costa Neto e falou sobre as eleições, citando vários nomes de aliados e onde
eles podem disputar o pleito de 2022. Um dos nomes citados foi o ministro da
Cidadania, João Roma, para o governo da Bahia.
Outras filiações
O evento desta terça-feira
marcou o ato de filiação de outros aliados políticos do presidente da
República. Um deles foi o senador Flávio Bolsonaro, filho do chefe do
Executivo. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também
assinou ficha de vínculo com o partido.
O ministro da Infraestrutura,
Tarcísio Freitas, que também esteve no evento, afirmou que não deve se filiar
ao PL ao menos nesta terça-feira. “Não. Hoje, não”, disse o ministro ao ser
questionado pelo R7 se também ingressaria na sigla, a exemplo de Bolsonaro, sem
dar detalhes sobre uma possível filiação ao partido em outra data.
A filiação do presidente
inicia articulação em torno também dos seus ministros. O senador Wellington
Fagundes (PL-MT) afirmou que o partido pretende filiar ao menos cinco chefes de
pastas do governo Bolsonaro. Ele se referiu aos ministros Onyx (Trabalho e Previdência),
Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde), Rogério Marinho
(Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo).
Onyx confirmou que vai se
filiar à sigla e que será candidato ao governo do estado do Rio Grande do Sul.
"Está decidido", disse. Tarcísio é uma das apostas do presidente para
concorrer ao governo do estado de São Paulo. A candidatura ao Palácio dos
Bandeirantes foi um dos pontos de negociação para a filiação de Bolsonaro ao
PL.
Cerimônia
A filiação do presidente foi
prestigiada por ministros, deputados e ao menos um governador, Antonio
Denarium, de Roraima. A entrada da imprensa foi impedida no auditório, ficando
limitada a uma antessala, onde estavam outros convidados ligados a autoridades.
Pelo menos 14 ministros
participaram do evento, entre eles Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni
(Trabalho e Previdência) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovação). A
oficialização da filiação do presidente ao PL havia sido agendada incialmente
para o dia 22, mas foi adiada após discordâncias sobre a atuação do partido nos
estados.
No evento desta terça a maior
parte dos presentes não usava máscara como proteção contra a Covid. Uma das
exceções foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os
seguranças do local barravam a entrada de álcool em gel no auditório onde
ocorreu a solenidade.
Por: R7