Governo do Estado paga a municípios dívidas históricas na área da Saúde
(Bonotto, presidente da Famurs, governador Leite, secretária Arita e Maicon Lemos, presidente do Cosems/RS, na assinatura - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini)
DÍVIDAS HISTÓRICAS NA ÁREA DA SAÚDE SÃO PAGAS A MUNICÍPIOS PELO GOVERNO EDUARDO LEITE. DÍVIDA HERDADA DAS GESTÕES ANTERIORES, SOMA DE R$ 1,125 BILHÃO
O governador Eduardo Leite
anunciou na tarde desta quarta-feira (1°/12), no Palácio Piratini, o pagamento
de dívidas históricas do Estado com os municípios gaúchos referentes à
manutenção de programas de saúde municipais do Sistema Único de Saúde (SUS)
entre os anos de 2014 e 2018. O valor de R$ 432 milhões, que não havia sequer
sido empenhado, é equivalente a 10 meses de custeio de serviços de saúde
prestados pelas prefeituras. Os recursos serão pagos em parcela única para os
municípios que se habilitaram ao recebimento. No total, 495 municípios têm
créditos com o Estado.
A dívida é referente a
programas como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Primeira
Infância Melhor (PIM), Assistência Farmacêutica Básica, Equipe da Saúde da
Família (ESF), Política de Incentivo da Atenção Básica em Saúde, Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) entre outros.
A ação marca o esforço do
governo do Estado em quitar a dívida herdada na área da saúde das gestões
anteriores, na soma de R$ 1,125 bilhão, não apenas com os municípios, mas
também com fornecedores de medicamentos e hospitais. Para os dois últimos, os
valores em atraso já foram integralmente pagos.
“Os pagamentos não eram
realizados porque as decisões que eram tomadas faziam com que o orçamento do
Estado ficasse comprometido para além da sua capacidade de pagamento, com os
valores contratados nem ao menos podendo ser empenhados. Desde o início do
nosso governo, não tivemos medo de fazer as reformas necessárias para mudar
isso. Reformas que, embora antipáticas, ajudaram a reestruturar o Estado,
fazendo com que a receita comportasse a despesa. Agora, além de conseguirmos
manter a regularidade dos pagamentos, sem atrasar mais, podemos fazer o
pagamento de dívidas como essa dos municípios e ainda promover investimentos”,
disse o governador.
Regularidade nos repasses
O total da dívida do governo
do Estado com os municípios, no início da gestão atual, era de R$ 648 milhões.
Desses, R$ 216 milhões estavam empenhados (garantido no orçamento) e foram
pagos pela Secretaria da Saúde (SES) em 16 parcelas, iniciando em junho de 2019
e se encerrando em setembro de 2020. O parcelamento fez parte de um acordo
firmado entre o governo do Estado e a Federação das Associações de Municípios
do Rio Grande do Sul (Famurs).
Os R$ 432 milhões restantes
foram empenhados integralmente em novembro para concluir o pagamento de toda a
dívida herdada, assim que todos os prefeitos se habilitarem ao recebimento.
Em paralelo, desde março de
2019, a SES realiza regularmente os repasses para manutenção das ações e
serviços públicos de Saúde em todo o Estado.
A secretária da Saúde, Arita
Bergmann, se emocionou ao falar sobre a concretização de um trabalho intenso
para que o passivo fosse regularizado. “Fazer gestão com foco é o que faz a
diferença, e fazer a diferença na vida das pessoas é o maior compromisso de
quem faz gestão pública. Nunca deixamos de acreditar que iríamos alcançar esse
objetivo, e hoje é um dia que fica marcado por estarmos conseguindo fazer com
que esse recurso chegue ao cidadão”, disse.
O presidente da Famurs,
Eduardo Bonotto, também destacou a importância do momento. “Hoje concretizamos
um passo importante para que tenhamos um equilíbrio entre Estado e municípios.
O governador honra com a palavra dada quando afirmou que encaminharia o
pagamento desses valores atrasados. Hoje a palavra empenhada se concretiza, e
quem ganha é a população do Rio Grande do Sul”, disse o presidente da Famurs e
prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto.
Programa Cirurgia+
Durante o evento, o governador
também anunciou o lançamento do programa Cirurgia+, no qual o governo do Estado
investirá R$ 85 milhões em hospitais gaúchos que prestam serviço pelo SUS com
objetivo de atender a demanda represada de consultas, exames e cirurgias em
sete especialidades com maiores filas e maior tempo de espera no Estado. O
valor destinado ao programa é seis vezes maior do que o investimento anual do
Ministério da Saúde em cirurgias eletivas.
Os municípios, por meio da
Famurs, assinaram um acordo para destinar pelo menos 20% do valor pago pelo
Estado referente a dívida não empenhada entre os anos de 2014 e 2018 como
contrapartida para o programa Cirurgia+, totalizando mais de R$ 170 milhões em
recursos extraordinários para a diminuição da filas de espera.
O programa tem expectativa de
gerar 200 mil novos atendimentos em traumatologia, cirurgia geral, cirurgia
vascular, otorrinolaringologia, oftalmologia, ginecologia e urologia, entre
primeiras consultas, exames e cirurgias. A estimativa é que 205 mil pessoas
estão aguardando atendimento em alguma dessas especialidades no Rio Grande do Sul.
“A demanda reprimida oriunda
da pandemia é muito grande. Na oftalmologia, por exemplo, temos mais de 25 mil
pessoas em lista de espera. Com esses recursos, poderemos dobrar o número de
atendimentos”, disse a secretária Bergmann.
Cerca de 220 hospitais gaúchos
estão aptos a aderir ao programa e receber os recursos. A Secretaria da Saúde
irá publicar uma portaria com todos os requisitos a serem preenchidos pelas
instituições participantes, que terão até 12 meses para realizar os
atendimentos contratados.
Texto: Thamíris Mondin e Marília Bissigo/ Ascom SES
Edição: Marcelo Flach/Secom