Rio Grande do Sul registra primeiro caso da variante ÔMICRON

 (Trata-se de uma mulher, residente de Santa Cruz do Sul, que voltou de viagem da África do Sul | Foto: Divulgação / Josué Damacena / CP)

O Rio Grande do Sul registrou nesta sexta-feira o primeiro caso da variante africana ômicron. Trata-se de uma mulher vacinada e residente de Santa Cruz do Sul, que voltou de viagem da África do Sul na última semana. A confirmação foi feita pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, que recebeu as amostras na quinta-feira e realizou o sequenciamento, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em tempo recorde.

Ainda conforme a pasta, a mulher está em isolamento domiciliar e acompanhada pela vigilância em saúde do município. Ela recebeu duas doses de vacina contra a Covid-19, e apresentou febre. Os contactantes também serão testados para a doença. Informações pessoais estão sendo omitidas para preservar a identidade da paciente.

Com a chegada da nova variante no RS, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, reforçou a necessidade de as pessoas investirem, cada vez mais, nos cuidados básicos, especialmente o uso de máscara e o distanciamento adequado. Além disso, devem procurar as unidades de saúde caso ainda não tenham se vacinado, ou falte alguma dose. Nesta sexta, 842 mil pessoas estavam com a segunda dose em atraso, e 721 mil com a dose de reforço atrasada.

Vigilância intensificada

O Centro estadual de Vigilância Sanitária (Cevs) intensificou, na última segunda-feira, a vigilância genômica do coronavírus, em função da nova variante ômicron. Todas as amostras analisadas nos laboratórios do Cevs que resultarem positivas e que possuam carga viral suficiente passam por um teste de RT-PCR específico para a identificação de possíveis casos da variante. Se o teste indicar a presença de uma mutação existente na ômicron e não na delta ou na gamma (variantes em circulação no Rio Grande do Sul atualmente), essa amostra passa por um sequenciamento genético completo para a confirmação. O sequenciamento completo poderá ser realizado no Cevs ou na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

A vigilância genômica do coronavírus é um trabalho de rotina do Cevs durante a pandemia, mas é intensificada durante os períodos em que surgem novas variantes de preocupação no mundo. VOC, variants of concern na sigla em inglês, são variantes que apresentam mutações genéticas capazes de trazer alguma mudança no comportamento do vírus.

De acordo com o especialista em saúde do Cevs, Richard Steiner Salvato, a ômicron apresenta um grande número de mutações na proteína Spike do vírus, que é a parte responsável por se ligar à célula humana, e também é a região em que parte das vacinas agem. As mutações na proteína Spike fazem, principalmente, com que o vírus se torne mais transmissível, e essa é das prováveis características da ômicron.

Fonte: Correio do Povo

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