Lançada publicação sobre importância e desaparecimento dos insetos

(Imagem anexa: Capa do livro. Créditos: Divulgação/Fundação Heinrich Boll).

Atlas dos Insetos contou com a participação da professora Tarita Deboni, da UFFS, no Conselho Editorial. Obra reúne as informações científicas mais recentes sobre o tema

A Fundação Heinrich Boll lançou, na terça-feira (7), o Atlas dos Insetos. O material usa dados científicos para explicar a contribuição dos insetos para a sociedade e o bem-estar humano, contextualizar as causas para o seu desaparecimento e sugerir alternativas para reverter a situação, a partir de práticas ecológicas na agricultura e políticas públicas de proteção. A professora Tarita Deboni, do curso de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, participa do Conselho Editorial da publicação, disponível de forma gratuita em https://br.boell.org/pt-br/atlas-dos-insetos

Atlas dos Insetos | Heinrich Böll Stiftung - Rio de Janeiro Office

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Os insetos representam cerca de 90% das espécies de animais em todo o mundo, mas sua sobrevivência está em risco: 40% podem ser extintos nas próximas décadas, comprometendo diversos serviços ambientais como a polinização de espécies vegetais, o controle biológico de pragas agrícolas e a ciclagem de nutrientes, o que acabaria por ameaçar a segurança alimentar da humanidade. A publicação que contou com participação da professora Tarita contextualiza as causas para o desaparecimento dos insetos e sugere alternativas para reverter a situação, a partir de práticas ecológicas que preservem a biodiversidade na agricultura e políticas públicas que promovam a proteção das espécies.

Fruto do trabalho de 34 autores, entre cientistas brasileiros e estrangeiros, o Atlas alerta para os agrotóxicos como uma das principais causas de mortalidade entre os insetos. Dependendo do tipo, esses produtos podem causar mortalidade não só nas espécies alvo de sua ação (as chamadas pragas agrícolas), mas também a espécies benéficas como as abelhas, que podem ter seu sentido de orientação comprometido ou mesmo tornarem-se mais suscetíveis ao ataque de patógenos. Ou seja, apesar de vendido como solução, o agrotóxico afeta populações de polinizadores e pode trazer impactos na produção agrícola, já que 76% das plantas utilizadas para prover alimentos no país dependem da polinização feita por animais. Além disso, os chamados defensivos também podem reduzir a quantidade e variedade de insetos que se alimentam de pragas agrícolas e as controlam naturalmente, aumentando ainda mais a necessidade de aplicações de agrotóxicos, em um círculo vicioso.

A publicação contou com um conselho editorial formado por acadêmicos e pesquisadores de diversas regiões do Brasil.

“Eu fui convidada por atuar na área de Entomologia e também por ser membro da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA). Nós fomos responsáveis por revisar os Atlas já escritos em inglês e espanhol e por reescrever os artigos com dados e informações nacionais, além de convidar outros autores para participarem da escrita de temas pontuais” – destaca a professora Tarita, que é doutora em Agronomia.

Além da docente, participaram da obra: Carlos Eduardo Oliveira de Souza Leite, agrônomo pela UFRRJ e coordenador-geral do Sasop; Dany Silvio Souza Leite Amaral, doutor em Entomologia pela UFV e engenheiro da Prefeitura de Belo Horizonte; Madelaine Venzon, doutora em Biologia Populacional pela Universidade de Amsterdam e pesquisadora da Epamig; Maíra Queiroz Rezende, doutora em Entomologia pela UFV e professora do IFNMG; Michela Costa Batista, doutora em Entomologia pela UFV e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente da UEMA; Pedro Henrique Brum Togni, doutor em Entomologia pela UFV e professor adjunto da UnB; e Ricardo Costa Rodrigues de Camargo, doutor em Zootecnia pela Unesp e pesquisador da Embrapa.

Assessoria de Comunicação (Ascom)

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