Câmara aprova proposta que isenta templos religiosos de tributos
Votações em primeiro e segundo
turno ocorreram nesta quinta-feira (16), última sessão do plenário da Câmara em
2021
A Câmara dos Deputados aprovou
nesta quinta-feira (16), em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição
que prevê a não incidência do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana) sobre templos religiosos de qualquer culto, ainda que os
imóveis sejam alugados. O texto tramita desde 2016, quando foi aprovado em dois
turnos pelo Senado, e é uma demanda antiga da Frente Parlamentar Evangélica.
O placar foi de 393 votos a 37
no primeiro turno. Em seguida, os deputados aprovaram simbolicamente a quebra
de interstício, e a votação em segundo turno teve placar de 376 votos
favoráveis e 30 votos contrários à proposta.
Apesar de a Constituição
prever isenção tributária a templos, muitos municípios cobram IPTU dos imóveis
alugados, o que gera judicialização. Por não haver alterações do texto aprovado
pelo Senado, de autoria do senador Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), o texto
vai a promulgação.
Última sessão do ano
A proposta foi à votação na
última sessão plenária do ano após requerimento de inclusão de pauta aprovado
nesta quarta-feira (15). Durante a votação, o relator, deputado Marcelo Ramos
(PL-AM), defendeu o parecer, alegando que se trata de reafirmar a Constituição.
"Essa PEC é a tradução da
decisão do STF, que diz que ainda que a igreja não seja proprietária [do
imóvel] há imunidade em relação ao pagamento do IPTU. É importante reafirmar o
que diz a Constituição sobre a imunidade tributária das igrejas. Vejo falsa
polêmica sobre o assunto e acredito em ampla maioria para aprovar algo que já é
tendência na Justiça."
A deputada Rosângela Gomes
(Republicanos-RJ) pediu votos e agradeceu aos deputados dizendo que foi na
igreja que encontrou uma saída após tentativa de suicídio e de conviver com
pais alcoólatras.
BRASÍLIA | Mariana Londres, do
R7, em Brasília
Foto: Divulgação