A Voz da Diocese – domingo 02 de Janeiro de 2022
Prezados irmãos e irmãs que acompanham o programa
Voz da Diocese, nossa saudação e nosso carinho. Ao iniciarmos mais um ano de
nossa história, unamos nossos sentimentos de gratidão e esperança. Estamos no
primeiro domingo deste novo ano, 2022, e celebramos a Festa da Epifania do Senhor,
ou seja, a manifestação do Filho de Deus Encarnado, a todos os povos. Jesus,
nascido no Natal é a luz para todos os que se dispõem a percorrer os caminhos
do bem, do amor, da justiça e da paz. Nós somos chamados, como os Reis Magos do
Oriente, a deixar-nos guiar pela estrela de Belém, ao encontro de Jesus.
Caros
irmãos e irmãs. Dois sentimentos nos envolvem: a esperança que brota do Natal e
a triste realidade da violência que nos cerca. Por isso, gostaria de voltar o
pensamento para a mensagem do Papa Francisco, por ocasião do 55º Dia Mundial da
Paz, celebrado neste 1º de janeiro, cujo tema destaca-se: “O diálogo entre as
gerações, a educação e o trabalho: instrumentos para construir uma paz
duradoura”. Faremos apenas menção de alguns pontos mais relevantes, da referida
mensagem.
Papa Francisco inicia a mensagem com a bela citação
do profeta Isaías “que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que
anuncia a paz” (Is 52,7), afirmando: “Para aquela gente, a chegada do
mensageiro de paz significava a esperança dum renascimento dos escombros da
história, o início dum futuro luminoso [...] Como nos tempos dos antigos
profetas, continua também hoje a elevar-se o clamor dos pobres e da terra para
implorar a paz”.
Assim, continua o Papa: “Em cada época, a paz é
conjuntamente dádiva do Alto e fruto dum empenho compartilhado [...] Todos
podem colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo do próprio
coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio ambiente,
até chegar às relações entre os povos e entre os Estados”. Com este olhar, o
Papa Francisco prossegue: “Quero propor aqui, três caminhos para a construção
da paz duradoura. Primeiro, o diálogo entre as gerações, como base para a
realização de projetos compartilhados. Depois, a educação, como fator de
liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. E, por fim, o trabalho, para uma
plena realização da dignidade humana”.
Desta forma, o Papa explica cada um destes três
elementos:
1.
Dialogar entre gerações para construir a paz: “Todo diálogo sincero [...] exige sempre uma
confiança de base entre os interlocutores. Devemos voltar a recuperar esta
confiança recíproca. A crise sanitária atual fez crescer, em todos, o sentido
da solidão e o isolar-se em si mesmos. Às solidões dos idosos veio juntar-se,
nos jovens, o sentido de impotência e a falta duma noção compartilhada de
futuro [...] De fato, precisamente durante a pandemia, constatamos nos quatro
cantos do mundo generosos testemunhos de compaixão, partilha, solidariedade”. Destaca,
ainda, o Papa: “Dialogar significa ouvir-se um ao outro, confrontar posições,
pôr-se de acordo e caminhar juntos. Favorecer tudo isto entre as gerações
significa amanhar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele
se cultivar as sementes duma paz duradoura e compartilhada”.
2.
A instrução e a educação como motores da paz: “Por outras palavras, instrução e educação são os
alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e
progresso [...] Faço votos de que o investimento na educação seja acompanhado
por um empenho mais consistente na promoção da cultura do cuidado [...] Investir
na instrução e educação das novas gerações é a estrada mestra que as leva,
mediante uma específica preparação, a ocupar com proveito um lugar no mundo do
trabalho”.
3.
Promover e assegurar o trabalho constrói a paz: “O trabalho é um fator indispensável para
construir e preservar a paz. Aquele constitui expressão da pessoa e de seus
dotes, mas também compromisso, esforço, colaboração com outros, porque se
trabalha sempre com ou para alguém. Nesta perspectiva acentuadamente social, o
trabalho é o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo
mais habitável e belo [...] Com efeito, o trabalho é a base sobre a qual se há
de construir a justiça e a solidariedade em cada comunidade”.
Conclui o Papa Francisco, com a seguinte exortação:
“Aos governantes e a quantos têm responsabilidades políticas e sociais, aos
pastores e aos animadores das comunidades eclesiais, bem como a todos os homens
e mulheres de boa vontade, faço apelo para caminharmos juntos, por estas três
estradas: o diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho. Com coragem e
criatividade. Oxalá sejam cada vez mais numerosas as pessoas que, sem fazer
rumor, com humildade e tenacidade, se tornem dia a dia artesãs de paz. E que
sempre as preceda e acompanhe a benção do Deus da paz”.
Caríssimos irmãos e irmãs! Com o sentimento de
gratidão, concluímos o ano de 2021 e com o sentimento de esperança iniciemos este
novo ano de 2022 comprometidos com a promoção da Paz e da Fraternidade. A
todos, desejo sinceros votos de um Feliz e Abençoado Ano Novo, invocando sobre
todos as melhores bênçãos de Deus.
Dom Adimir Antonio
Mazali - Bispo Diocesano de Erexim – RS