'Flurona': cidade de SP registra 24 casos da dupla infecção por Covid e gripe
Pelo menos 24 moradores da
cidade de São Paulo foram diagnosticados com gripe e Covid-19 ao mesmo tempo
desde o início da pandemia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela
Secretaria da Saúde da capital.
A dupla infecção é conhecida
como "flurona", uma junção das palavras "flu", que é gripe
em inglês, com parte da palavra "coronavírus".
Na capital paulista, há
relatos de hospitais que identificaram a dupla infecção pelos vírus Influenza e
coronavírus com diagnósticos feitos na mesma semana ou até no mesmo dia.
Em outros lugares do Brasil,
como Rio de Janeiro e Ceará, também há registros da "flurona".
Em São Paulo, a jornalista
Giulia Fernandez recebeu a confirmação para Covid-19 e Influenza na mesma
ocasião. Os testes foram feitos no dia 20 de dezembro em um hospital
particular.
"Como meus sintomas
começaram no mesmo dia e fiz teste no mesmo dia, e os dois deram positivo, o
período de isolamento foi o mesmo, 10 dias. Mas foram dias muito complicados,
quatro dias de cama que eu não conseguia levantar, e a partir disso fui
melhorando aos pouquinhos", contou.
Como ficam os sintomas e o
tratamento
Médicos ouvidos pela TV Globo
explicaram que a dupla infecção não deve trazer, necessariamente, um aumento no
sintoma das duas doenças.
Segundo a infectologista
Mirian Dal'Ben, do Hospital Sírio Libanês, a infecção dupla não aumenta as
chances de óbito nem faz com que as doenças sejam mais leves.
"O importante é que as
pessoas precisam saber que a gente não tem nada ainda na ciência que fale pra
gente que pegar as duas coisas ao mesmo tempo aumente as chances da pessoa
morrer ou que faça a doença talvez ser mais leve. Nenhuma das duas coisas",
disse a médica.
"A gente acaba tendo que
acompanhar as duas doenças como a gente faria se a pessoa tivesse pegado de
forma independente", explicou.
Aumento de casos
Hospitais públicos e privados
da cidade de São Paulo têm registrado aumento no fluxo de pessoas com sintomas
gripais nas últimas semanas, o que tem provocado filas e maior tempo de espera
por atendimento. Em prontos-socorros municipais, pacientes afirmam que a espera
pode chegar a 6 horas.
Os hospitais São Camilo,
Beneficência Portuguesa, Einstein e Santa Catarina confirmaram aumento
repentino de pacientes.
Além dos vírus Influenza A e
B, que provocam a gripe, a circulação de outros vírus também pode estar por
trás do crescimento repentino de um "conjunto de doenças
respiratórias", segundo os médicos.
As hospitalizações de casos
suspeitos ou confirmados de Covid-19 também aumentaram. A média móvel de
pacientes internados com Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no
estado voltou a crescer após 6 meses de queda, de acordo com dados do governo.
Por Larissa Rosa, GloboNews,
TV Globo e g1 SP — São Paulo
Foto: Reprodução