Ministro Queiroga diz que assintomáticos de Covid podem reduzir quarentena para 5 dias
(Ministro
da Saúde afirma que quarentena no país pode ser reduzida | Foto: Sergio Lima /
AFP / CP)
O Brasil estuda reduzir o
prazo de quarentena de casos positivos assintomáticos de Covid-19, da variante
ômicron, de dez para cinco dias, informou o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga. Ele também afirmou que a pasta analisa a possibilidade de permitir
que servidores da saúde que tiveram diagnóstico positivo para a variante, mas
que também não apresentem sintomas, possam fazer parte da linha de frente no
atendimento aos pacientes com coronavírus.
Queiroga afirmou que deve se
reunir nesta sexta-feira com os chefes da Secretaria Extraordinária de
Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) e da Secretaria de Vigilância Sanitária para
avaliar os dois casos.
“Se eu não me engano, o CDC
(Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos) já deu essa
recomendação (reduzir o isolamento dos pacientes assintomáticos com ômicron). O
governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão
positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então,
isso está sendo analisado".
Queiroga disse que há relatos
na comunidade científica sobre a segurança de se adotar a redução da quarentena
e a colocação de servidores assintomáticos no atendimento direto aos pacientes
com Covid. As situações devem ser analisadas em conjunto com o corpo técnico do
ministério antes de serem adotadas.
“Possivelmente (o país vai
determinar as medidas), porque isso está sendo adotado em outros países e tem
assento em evidências científicas. E aí é possível que nós adotemos a mesma
conduta. Isso naturalmente que está em estudo na área técnica, na Secretaria de
Vigilância em Saúde, na Secovid. Hoje eu tenho uma reunião com os secretários
justamente para tratar sobre esses temas".
Segundo Queiroga, embora a
cepa seja de preocupação, o ministério tem observado que há uma sinalização
internacional de que os casos da ômicron são de menor gravidade, principalmente
nas pessoas vacinadas. “Vamos esperar a evolução, mais três semanas ou quatro
semanas, para se ter uma ideia mais definitiva em relação ao potencial de
letalidade da variante ômicron”, disse.
A possibilidade de
flexibilização nas medidas de segurança é estudada porque a variante Ômicron
aparenta provocar efeitos menos graves do que a cepa Delta. A Ômicron predomina
entre os novos casos de Covid-19 no Brasil, segundo o site Our World in Data,
painel de dados da Universidade de Oxford. O número mais recente, de 27 de
dezembro, aponta que 58,33% dos contágios por coronavírus eram dessa cepa.
Apesar de aparentar ser menos
grave, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom
Ghebreyesus, afirmou nesta quinta-feira (6) que a variante não pode ser
classificada como “leve”.
O Brasil tem registrado um
aumento de novos casos da doença desde a semana do Natal, início das
confraternizações de fim de ano, quando a média móvel saltou de 3.415 no dia 20
de dezembro para 12.467 na última quarta-feira (5), segundo o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
Já a média móvel de óbitos segue abaixo de 100. Na terça-feira (4), os Estados
Unidos quebraram o recorde mundial de novos casos diários ao registrar 1 milhão
em 24 horas. O país vive uma nova onda causada pela variante Ômicron. Apesar da
alta no número de infecções, as mortes tiveram queda de 10% na última semana.
Por: R7