Estátua do Laçador após restaurada volta para seu lugar
(Reinauguração deve ocorrer ainda em janeiro |
Foto: Ricardo Giusti)
Cem dias após ser retirada para restauração, a Estátua do Laçador foi devolvida nesta terça-feira ao seu lugar de origem: o Sítio do Laçador, na avenida dos Estados, próximo ao Aeroporto Salgado Filho. De acordo com o secretário municipal da Cultura, Gunter Axt, após a restauração, o próximo passo agora é encontrar um bom modelo de gestão para o local.
Ele defende que a área seja
transformada em um espaço "aprazível". "Um edital deve ser
lançado para adoção do espaço por alguma empresa privada que também encontre
alguma possibilidade comercial ligada a este espaço", projetou. O
secretário ainda ressaltou a importância das parcerias público-privadas (PPPs).
Patrimônio histórico de Porto
Alegre desde 2001, a estrutura de 4 toneladas foi removida no dia 28 de
setembro, da avenida dos Estados, próximo ao Aeroporto Salgado Filho, e levada
para revitalização em um hangar localizado na Zona Norte. Um grupo de
cavalarianos do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) acompanhou o translado
de 20 minutos do hangar até a avenida dos Estados.
Considerada um dos maiores
símbolos da cultura no Rio Grande do Sul, a estátua apresentava fissuras e
rachaduras que foram constatadas em 2016. Mesmo com as intervenções realizadas
no período, o monumento do escultor pelotense Antônio Caringi - que foi
inspirado no folclorista Paixão Côrtes - vai receber ajustes em janeiro, quando
deve ser concluída a revitalização. Pouco mais de duas horas após a saída do
hangar, a estrutura finalmente foi recolocada no Sítio do Laçador.
Problemas na estrutura
O coordenador do Projeto
Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico, Zalmir Chwartzmann,
explica que uma inspeção realizada pelo restaurador francês Antoine Amarger e
da engenheira metalúrgica Virgínia Costa apontou uma série de problemas na estrutura.
Para fazer a avaliação, o Laçador foi colocado deitado em um suporte. "Se
abriu uma 'janela' nas costas dele de 0,60cm x 0,60cm. Colocamos luz forte
dentro dele e passou por um monte de buracos. São 60 anos sem manutenção, então
estava cheio de trincas e rachaduras", observa.
Além da limpeza interna do monumento, os técnicos retiraram todo concreto e colocaram aço inox. "Na época era a tecnologia que tinha, não tinha nada de errado, mas era a tecnologia. Hoje nós nos demos conta de que se não tivesse concreto, que sustentava a estrutura, ele teria caído", ressalta. Agora a estrutura está presa no concreto do Sítio do Laçador. Chwartzmann esclarece que até sexta-feira o monumento deve passar por novas avaliações para apurar possíveis imperfeições. "E depois, finalmente, vamos dar um jato de cera, que é o que vai dar proteção por mais alguns anos", completa.
(Cavalaria acompanhou translado. Foto: Ricardo
Giusti)
Essência do gaúcho
Mesmo sob sol escaldante, com
temperatura acima de 35ºC, um grupo de cavalarianos acompanhou todo o trajeto
até o Sítio do Laçador. Conselheiro do MTG, Edinho Fagundes afirma que o
Laçador representa a essência do gaúcho. "Esse monumento não é só dos
porto- alegrenses, mas de todo Estado", afirma. Sobre a discussão acerca
do lugar ideal para a estátua, Fagundes defende a permanência no Sítio do
Laçador. "Deve permanecer na entrada da cidade para quem chega de fora do
estado, na frente do aeroporto", frisa.
O projeto é realizado pelo
Sinduscon e pela Associação Sul Riograndense da Construção Civil, além de
contar com a prefeitura como co- realizadora. O custo total de realização da
obra é de R$ 900 mil, sendo R$ 810 mil captados através da Lei de Incentivo à
Cultura, do Governo do Estado, e R$ 90 mil de aporte da Prefeitura de Porto
Alegre. A revitalização contou ainda com o patrocínio da Gerdau e Sulgás e
apoio da JOG Andaimes, Elevato e Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Fonte: Felipe Samuel Correio
do Povo