Vacina 100% brasileira começa a ser aplicada em fevereiro, projeta Ministério da Saúde
(Registro do insumo foi aprovado pela Anvisa
na última sexta-feira | Foto: Alina Souza)
O Ministério da Saúde informou
nesta quarta-feira que as primeiras doses da vacina contra Covid-19 100%
nacional começarão a ser aplicadas na primeira semana de fevereiro. Segundo o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, a Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) já tem IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) suficiente para
produzir mais de 20 milhões de doses da vacina 100% brasileira.
"Este é um passo que o
Brasil dá na autossuficiência das vacinas contra a Covid-19 e para também, quem
sabe, passar a ser um exportador de vacina e um supridor desse insumo para toda
a América Latina. Vimos no começo do ano passado o quão importante é investir
no parque industrial de saúde no Brasil. Esse passo sinaliza a independência
para a produção desse insumo, que se mostrou fundamental no enfrentamento à
pandemia”, afirmou.
O registro do insumo foi
aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na última
sexta-feira. Até o momento, as mais de 120 milhões de doses da vacina
AstraZeneca distribuídas e aplicadas durante a campanha de vacinação contra a
Covid-19 foram produzidas na Fiocruz com IFA importado.
A produção do IFA em solo
brasileiro só foi possível porque, em junho de 2021, AstraZeneca e Fiocruz
assinaram um contrato para a transferência da tecnologia. Para aprovar o IFA
100% brasileiro, a Anvisa fez diversos estudos de comparabilidade, analisando
se a vacina teria o mesmo desempenho que a desenvolvida no exterior.
“Em 2019, o governo federal
adotou uma estratégia de diversificação de vacinas e de tecnologias. Uma delas
foi a assinatura de um contrato entre Oxford e Fiocruz que resultou na
transferência de tecnologia. Um investimento de R$ 1,9 bilhão para que a
Fundação se preparasse para esse fim”, ressaltou o secretário-executivo, que
comentou ainda a celeridade de todo o processo.
“Algo que demora, em regra, 10
anos, levou apenas um ano para que pudéssemos transferir a tecnologia e começar
a produzir a vacina 100% nacional”, contou Rodrigo Cruz.
Como resultado, os estudos
comprovaram que o insumo mantém a mesma eficácia do produto importado. Desde
maio de 2020, a Fiocruz vem produzindo diversos lotes testes que foram
submetidos a análises da Anvisa, que já havia feito a Certificação de Boas
Práticas de Fabricação do novo insumo, o que garante que a linha de produção
cumpre com todos os requisitos necessários para a garantia da qualidade do IFA.
“A vacina com o nosso IFA
passou por vários processos de controle de qualidade, quando na semana saiu a
aprovação da agência reguladora e a liberação para a fase final de
distribuição. O imunizante já está incorporado ao Sistema Único de Saúde e o
brasileiro mostrou que tem uma cultura de se vacinar. Mais de 90% do
público-alvo já tomou a primeira dose e mais de 80% tomou a segunda dose. Diante
disso, a produção da vacina em solo brasileiro vai suprir essa demanda”,
finalizou.
Fonte: R7