Bancada gaúcha na Câmara gasta R$ 10,5 milhões de cota
(No ano de 2021, todos os deputados federais
gastaram juntos R$ 162,6 milhões com a cota | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos
Deputados/CP)
A bancada federal gaúcha gastou R$ 10,5 milhões da cota de gabinete em 2021, ano pré-eleitoral. O valor total leva em consideração os custos totais de 34 parlamentares (sendo que três suplentes ocuparam ou ainda ocupam as vagas). Os dados foram obtidos no Portal Transparência da Câmara Federal. Assim como ocorreu na média da Casa, o principal gasto foi com a chamada divulgação da atividade parlamentar, que somou R$ 2,8 milhões, o que representa 27% do total. O gasto com esse tipo de despesa tem crescido na atual legislatura. Por exemplo, em 2019 foram gastos R$ 2,1 milhões e, em 2020, R$ 2,5 milhões. A categoria envolve custos com anúncios na internet, publicações nas redes sociais, impressões, entre outros.
Segundo os dados, o deputado
federal Giovani Cherini (PL) foi o que mais utilizou a cota, totalizando R$ 488
mil, sendo seguido por Nereu Crispim (PSL), com R$ 480 mil. Líder da bancada
gaúcha, Cherini justifica os gastos pela atuação do gabinete, da vice-liderança
do governo e da liderança da bancada. “Faço todos os trabalhos de vice-líder do
governo e de líder da bancada gaúcha com a minha cota. Vice-líder não tem cota
especial. E a liderança da bancada gaúcha funciona no meu gabinete. É muito
trabalho”, enfatizou o deputado. Na mesma linha, Nereu Crispim também justificou
os custos: “muito trabalho”.
Na outra ponta, o deputado que
está no mandato e gastou menos foi Marcel Van Hattem (Novo), que utilizou R$
98,9 mil. “Comecei cortando na própria carne, reduzindo o número de assessores,
gastando apenas o mínimo necessário com a cota parlamentar, renunciando a
auxílio-moradia, apartamento funcional e aposentadoria especial. A economia
total do mandato já é de mais de R$ 4 milhões mostrando que é possível ser um
parlamentar econômico e eficiente em respeito ao pagador de impostos gaúcho”,
alegou.
Entre os com menores gastos
está o deputado licenciado e ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (Dem), que
usou apenas R$ 701 da cota com telefonia, quando retornou temporariamente para
o cargo em fevereiro de 2021. Assim como Onyx, Danrlei de Deus está licenciado
desde abril do ano passado, quando assumiu o cargo de secretário estadual de
Esportes. Já Santini exerceu o mandato até março do ano passado, quando deixou
a suplência com o retorno do deputado Covatti Filho (PP).
A cota parlamentar custeia
basicamente as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. O
valor sofre diferenciações entre os estados. Entre os maiores gastos dos
deputados federais gaúchos, em segundo lugar, aparecem os custos com a
manutenção de escritórios. Foram R$ 2 milhões com essa rubrica. Em seguindo,
estão os gastos com aluguel de veículos, que somam R$ 1,4 milhão.
Divulgação da atividade
parlamentar também lidera gastos gerais na Câmara Federal
No ano de 2021, todos os
deputados federais gastaram juntos R$ 162,6 milhões com a cota. A maior parte
(R$ 56,8 milhões) foi para custear a divulgação da atividade parlamentar. Em
seguida, o maior custo foi com aluguel de veículos, que totalizou R$ 25,8
milhões; e manutenção de escritório, com R$ 22,8 milhões. Serviços de
consultoria e pesquisa e passagens aéreas também ficam como os principais
gastos dos gabinetes.
Gastos dos deputados em 2021:
Giovani Cherini (PL): R$
488.917,28
Nereu Crispim (PSL): R$
480.106,12
Afonso Motta (PDT): R$
476.810,82
Pompeo de Mattos (PDT): R$
450.686,62
Paulo Pimenta (PT): R$
438.813,63
Marcelo Brum (PSL): R$
423.227,90
Osmar Terra (MDB): R$
419.815,02
Maria do Rosário (PT): R$
403.755,51
Bibo Nunes (PSL): R$
391.547,05
Bohn Gass (PT): R$ 388.590,72
Alceu Moreira (MDB): R$
385.154,66
Liziane Bayer (PSB): R$
380.501,02
Pedro Westphalen (PP): R$
380.028,38
Marcon (PT): R$ 345.403,90
Heitor Schuch (PSB): R$
343.075,36
Covatti Filho (PP): R$ 338.241,08
Jerônimo Goergen (PP): R$
337.114,68
Maurício Dziedricki (Podemos):
R$ 334.174,37
Afonso Hamm (PP): R$
319.272,08
Márcio Biolchi (MDB): R$
310.589,09
Marlon Santos (PDT): R$
290.769,79
Fernanda Melchionna (PSol): R$
282.633,83
Sanderson (PSL): R$ 277.523,36
Giovani Feltes (MDB): R$
258.322,37
Henrique Fontana (PT): R$
256.449,48
Lucas Redecker (PSDB): R$
252.333,76
Marcelo Moraes (PTB): R$
225.511,92
Paulo Vicente Caleffi (PSD):
R$ 218.629,16
Carlos Gomes (Republicanos):
R$ 201.952,61
Daniel Trzeciak (PSDB): R$
131.948,96
Danrlei de Deus Hinterholz*
(PSD): R$ 112.034,76
Santini* (PTB): R$ 99.778,98
Marcel van Hattem (Novo): R$
98.999,13
Onyx Lorenzoni* (Dem): R$
701,74
*Não estão em exercício
Fonte: Mauren Xavier Correio
do Povo