Brasil pode sair da recessão técnica através dos Serviços
Prévia mostra que Brasil terminou 2021 livre da recessão | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP memória
O desempenho positivo do setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, no mês de dezembro surpreendeu os analistas do mercado financeiro e pode ter sido decisivo para a economia nacional no último trimestre do ano passado.
Caso o resultado dos três
últimos meses de 2021 seja positivo, na comparação com o trimestre compreendido
entre julho e setembro, a economia brasileira abandonará a recessão técnica,
status dado para dois encolhimentos trimestrais consecutivos.
De acordo com dados divulgados
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor com mais
peso no PIB brasileiro saltou 10,9% no ano passado, com uma alta de 0,4% no
último trimestre, ante os três meses anteriores.
No mesmo período, a indústria
apresentou estabilidade (0%) e o comércio encolheu 2,1%. Ainda assim,
especialistas ouvidos pelo R7 avaliam que os dados devem ser insuficientes para
impedir a saída do Brasil da recessão técnica nos números oficiais a serem
anunciados no dia 4 de março.
“Temos perspectiva de que o
PIB irá avançar 0,2% no último trimestre do ano passado, o que afasta a
possibilidade de recessão técnica no período”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe
da Ativa Investimentos.
A perspectiva de crescimento
do PIB no quarto trimestre de 2021 é a mesma partilhada por Rachel de Sá, chefe
de economia da Rico. "A gente esperava uma alta de 0,2% e passamos a ver
um crescimento de 0,3% no PIB do quarto trimestre", destaca ela ao citar o
desempenho acima do esperado do setor de serviços.
As percepções de que a
economia brasileira abandonou o rótulo da recessão técnica antes da entrada de
2022 também foram sinalizadas pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica). O
indicador, conhecido por indicar uma “prévia do PIB”, aponta para um
crescimento econômico de 0,1% nos últimos três meses do ano passado.
Ainda que sejam coletados a
partir de uma base similar à do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o indicador do BC (Banco Central) não é garantia do resultado
positivo. No terceiro trimestre de 2021, a economia brasileira recuou 0,1% e o
IBC-Br indicou uma queda similar, de 0,14%.
Fonte: R7