Voz da Diocese - domingo 13 de Fevereiro 2022 - Bispo Dom Adimir Mazali
Saudamos a todos os que
acompanham a Voz da Diocese e os convidamos a celebrar conosco o 6º Domingo do
Tempo Comum, onde a liturgia nos propõe como reflexão o tema das
“Bem-aventuranças”.
A primeira leitura do Profeta
Jeremias apresenta o contraste das opções que podemos fazer. De um lado nos
lembra: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne
humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor” (Jr 17,5). Mostra que a
autossuficiência leva ao distanciamento e ao esquecimento de Deus. Sua vida se
torna como o deserto, vazio e sem nada. De outro lado nos diz: “Bendito o homem
que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor” (Jr 17, 7). Isto significa que
nada há de temer, pois o Senhor cuida e alimenta aqueles que estão próximos e nele
tem confiança. Este, como uma árvore, produz muitos frutos em sua vida. A força
do mundo passa, mas a força que vem de Deus permanece para sempre. Somos livres
na escolha: depositar nossa confiança nas coisas do mundo ou nas coisas de
Deus.
A segunda leitura tirada da
Carta de São Paulo aos Coríntios nos faz mergulhar no sentido fundamental de
nossa fé, a ressurreição e nos chama a atenção: “E se Cristo não ressuscitou, a
vossa fé não tem nenhum valor [...] Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos
como primícias dos que morreram” (1Cor 15, 17.20). Convida-nos como comunidade
a renovar nossa fé na ressurreição de Cristo e depositar n’Ele a certeza de
nossa ressurreição.
O Evangelho de Lucas, numa
narrativa diferente do evangelista Mateus, apresenta a pregação de Jesus à
multidão sobre as Bem-aventuranças mencionando apenas quatro, mas acrescidas de
um alerta sobre as “maldições”. Um paralelo entre os “felizes e os infelizes”.
Felizes são os que vivem os valores do Reino que são a simplicidade, a
humildade, a solidariedade especialmente com os mais pobres, que escutam e
seguem os ensinamentos de Jesus. Infelizes são os orgulhosos, os prepotentes,
os poderosos que oprimem os outros, os autossuficientes que se distanciam de
Deus.
Acolhemos a Palavra de Deus
que nos indica o caminho da confiança no Senhor; que faz aprofundar a fé na
ressurreição e leva a compreender que o verdadeiro significado de ser cristão,
consiste em assumir o seguimento a Jesus Cristo. Convida a percorrer com Ele o
caminho da bem-aventurança, ou seja, da verdadeira felicidade.
Prezados irmãos e irmãs.
Queremos trazer presente ainda o 30º Dia Mundial do Doente, celebrado nesta
sexta-feira, recordamos algumas palavras do Papa Francisco em sua mensagem para
esta ocasião: “Há trinta anos, São João Paulo II instituiu o Dia Mundial da
Saúde para sensibilizar o povo de Deus, as instituições sanitárias católicas e
a sociedade civil para a solicitude com os enfermos e quantos cuidam deles”.
O tema escolhido “Sede
misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36) nos faz, antes de
mais nada, voltar o olhar para Deus, “rico em misericórdia” (Ef 2,4), que olha
sempre para os seus filhos com amor de pai, mesmo quando se afastam d’Ele”.
“O convite de Jesus a ser
misericordioso como Pai adquire um significado particular para os profissionais
de saúde”. Afirma o papa: “o vosso serviço junto aos doentes, realizado com
amor e competência, ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma
missão”. [...] “Permanecei cientes da grande dignidade da vossa profissão e
também da responsabilidade que ela acarreta”.
“O doente é sempre mais
importante do que a sua doença, e por isso, é preciso antes ouvir o paciente, a
sua história, as suas ansiedades, os seus medos”.
“No caminho feito ao longo
destes trinta anos, a própria pastoral da saúde viu o seu serviço ser cada vez
mais reconhecido como indispensável. Oferecer a proximidade de Deus, a sua
bênção, a sua Palavra, a celebração dos sacramentos e o crescimento e
amadurecimento na fé, é de fundamental importância. Visitar os enfermos é um
convite feito por Cristo a todos os seus discípulos. O ministério da consolação
é tarefa de todo o batizado”.
Peçamos ao Espírito Santo que
nos ajude a viver com alegria e retomar com entusiasmo nossa participação na
Igreja, na vida de nossa comunidade, vivendo o seguimento a Jesus Cristo e mais
solidários com nossos irmãos e irmãs, especialmente os acometidos por alguma
enfermidade, caminho este que nos tornará “bem-aventurados” diante de Deus.
Que Deus abençoe a todos!
Dom Adimir Antonio Mazali -
Bispo Diocesano de Erexim – RS