Acadêmica de Geografia da UFFS auxilia em mapeamento de áreas de risco em MG

 (Créditos das fotos anexas: Acervo pessoal Thamires Romão.)

Ao retornar à terra natal para fazer o estágio obrigatório do curso, Thamires Romão atuou na prevenção de desastres causados pelas fortes chuvas da região.

Os brasileiros assistiram, nos últimos meses, o drama das famílias atingidas pelas fortes chuvas em estados como Minas Gerais e Bahia. A jovem Thamires Caetano Romão, natural de Visconde do Rio Branco (MG), cursa o Bacharelado em Geografia na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim. Os 1.500 km de distância entre a terra natal e o campus universitário não impediram a aluna de voltar para suas origens e realizar o desejo de aplicar os conhecimentos, adquiridos na UFFS, em um momento tão delicado do local em que nasceu. Primeira acadêmica do curso a concluir o estágio obrigatório, Thamires atuou no mapeamento das áreas de risco da cidade e, com isso, auxiliou a prevenir tragédias causadas pela chuva.

O estágio foi realizado no setor de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Vigilância em Saúde do município. Além de auxiliar no mapeamento, a acadêmica atuou em outras ações, relativas, por exemplo, ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

- No início eu fiquei um pouco perdida e os funcionários do setor também, por não sabermos o que eu poderia fazer para contribuir com as ações da Vigilância. Mas conforme os colegas foram me mostrando o trabalho que eles realizam e as demandas do setor, fui me inserindo e me adaptando. Afinal, é um curso de Geografia e a pergunta era: o que uma estagiária de Geografia pode contribuir para o setor de Vigilância em Saúde? - relembra Thamires.

Logo surgiu a necessidade de atualização dos croquis das áreas de atuação dos agentes de endemias e zoonoses. A função de Thamires foi construir mapas das áreas de atuação, em conjunto com os supervisores do setor de Endemias e Zoonoses, para utilização no planejamento das ações. Mas o que estava por vir era ainda mais desafiador:

- No verão, na Região Sudeste, ocorrem frequentes formações de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que são um corredor de umidade com origem na baixa pressão atmosférica da Amazônia, e atravessam o país em direção ao Oceano Atlântico, onde se encontram com outros sistemas atmosféricos e provocam intensas chuvas. Este período chuvoso é bastante frágil para o Sudeste brasileiro devido às formas de ocupação dos terrenos – explica a futura geógrafa.

- Em janeiro participei de uma reunião de planejamento para respostas a desastres, em conjunto com diretores da Defesa Civil, do Meio Ambiente, Assistência Social, Atenção Primária, Vigilância em Saúde e com o secretário de Saúde. Esta reunião teve como objetivo a formação de um comitê de resposta a desastres, tendo em vista uma articulação entre as diretorias para elaborar medidas de mitigação e respostas em tais situações.


Conforme Thamires, foi um momento de intensos debates em todo o estado de Minas Gerais, e em Visconde do Rio Branco não foi diferente.

- Tivemos um deslizamento de encosta, dentre outras situações, quando famílias tiveram que ser realocadas. A Vigilância em Saúde precisava visualizar espacialmente onde estão as Unidades de Saúde e se elas seriam atingidas em caso de enchentes. Em um passado não muito distante, o rio Xopotó, que corta a cidade, já causou muitos estragos com o transbordamento de sua calha.

Thamires mapeou as Unidades Básicas de Saúde que poderiam ser atingidas com uma possível enchente, pois era essencial o setor ficar atento aos locais onde são armazenadas vacinas, insulinas, os medicamentos da farmácia popular etc.

- As Unidades de Saúde são os primeiros lugares a serem procurados para um possível socorro nestes casos de desastres. Foram mapeadas áreas que poderiam servir de abrigo em casos de deslizamentos. Foi uma importante ação entre as diretorias, pois passaram a ter uma maior articulação entre elas e foi de extrema importância para a Vigilância em Saúde do município para futuros planejamentos em respostas a desastres.

Auxiliar em um assunto tão delicado, ainda enquanto estudante, foi bastante simbólico para Thamires.

- Foi meu primeiro contato com o meio profissional. Ter feito algo que pode contribuir em um planejamento que envolve a saúde e o cuidado com a população, significa que por minha trajetória acadêmica passaram professores que fizeram toda a diferença no meu modo de ver, na minha percepção geográfica, na minha leitura das relações com o ambiente em que vivemos, onde nos adaptamos e que modificamos constantemente.

Outra atividade realizada por Thamires foi o acompanhamento do avanço da covid-19 após as festas de fim de ano. Ela elaborou mapas de casos positivos de covid no mês de dezembro, considerando o mês todo, além de outros três mapas do mês de janeiro. Desta forma, a Vigilância em Saúde pode visualizar espacialmente o avanço da doença, tendo como base uma cartografia para elaboração de respostas ao avanço da pandemia no município.

Thamires ingressou na UFFS em 2017, no curso de Licenciatura em Geografia. Depois, no início do semestre letivo 2021/01, fez a transferência interna para o Bacharelado – segundo ela, devido às atribuições que terá na profissão enquanto geógrafa.

- É com imensa satisfação que eu digo que minha primeira experiência como geógrafa foi exatamente como eu pretendia, na secretaria de Saúde do meu município, realizando atividades que puderam contribuir de alguma maneira na melhoria das ações dos agentes de endemias e zoonoses e participando um pouco do processo de gestão – avalia a aluna.

Ingresso

Os cursos de Bacharelado e de Licenciatura em Geografia são duas das opções de graduações ofertadas pela UFFS no Sisu 2022.1. O processo seletivo recebe inscrições até esta sexta-feira (18) no site www.sisu.mec.gov.br.

No Campus Erechim, a Instituição está ofertando as seguintes opções: Agronomia (Bacharelado), Arquitetura e Urbanismo (Bacharelado), Ciências Biológicas (Bacharelado), Ciências Sociais (Licenciatura), Engenharia Ambiental e Sanitária (Bacharelado), Filosofia (Licenciatura), Geografia (Bacharelado), Geografia (Licenciatura), História (Licenciatura) e Pedagogia (Licenciatura). Saiba mais em www.uffs.edu.br.

 Fonte: Wagner Lenhardt Jornalista Assessoria de Comunicação (Ascom)

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim

(54) 3321-7063 | Jornalismo: (54) 3321-7054

Categoria:

Deixe seu Comentário