Nova ofensiva contra o "golpe dos nudes" é deflagrada pela Polícia Civil no RS
Foto: Ação já teve ao menos 11 presos | Foto: PC / Divulgação / CP
Houve o cumprimento de 42
ordens judiciais em Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro,
Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo e Itaqui.
A Polícia Civil deflagrou uma
nova ofensiva contra o chamado “golpe dos nudes”. Ao amanhecer desta
terça-feira, a DP de Esteio, sob comando da delegada Luciane Bertoletti,
deflagrou a segunda fase da operação X-Con. Houve o cumprimento de 42 mandados
de prisão e de busca e apreensão em Esteio, Porto Alegre, Alvorada, Gravataí,
Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo e Itaqui. Até o momento 11
suspeitos foram presos pelos crimes de extorsão e associação criminosa.
A investigação começou em
setembro de 2021, quando foram identificados indivíduos vinculados a detentos
ou ex-presidiários, mas associados a pequenos núcleos. A primeira fase da operação
X-Con aconteceu naquele mês, sendo cumpridas 113 ordens judiciais na ocasião.
“Essa ação é outra ofensiva de
combate aos crimes virtuais que tiveram um aumento expressivo no período de
confinamento”, enfatizou a delegada Luciane Bertoletti.
O “golpe do nudes” consiste em
um primeiro contato por uma rede social ou pelo aplicativo WhatsApp, onde uma
pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e
fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem,
dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime
de pedofilia.
Para não denunciar e não levar
o fato ao conhecimento de um delegado que acarretaria consequentemente na
prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das
vezes, após o recebimento de valores, o criminoso continua exigindo dinheiro ao
alegar a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda,
exigindo o depósito de valores para reparar prejuízos materiais. Inclusive um dos
argumentos era que as falsas vítimas teriam que passar por tratamento de saúde
em falsa clínica.
De acordo com a equipe
investigativa da DP de Esteio, é bastante comum também a presença de uma quarta
pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e
nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma
ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima. O objetivo é
fazer com que ela fique desesperada e faça depositar mais dinheiro aos
golpistas.
O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza, destacou que “é uma grande investigação contra o crime organizado, focada na desarticulação de esquemas de golpes virtuais”. Para ele, “chama atenção a criatividade dos criminosos em forjar falsos policiais e delegacias que realizavam golpes até contra vítima no Japão”.
Fonte:
Correio do Povo