A Voz da Diocese – domingo 27-03-2022 - A Misericórdia de Deus Geral Alegria
A MISERICÓRDIA DE DEUS GERA ALEGRIA
Saudamos
fraternalmente todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese, neste
4º Domingo da Quaresma, chamado em latim, Domingo «in
Laetare», isto é, «Alegra-te». Desta forma, a liturgia nos convida a alegrarmo-nos
com a Festa da Páscoa que se aproxima, ou seja, com o dia da Vitória de Cristo
sobre o pecado e a morte. A fonte da alegria cristã está na Eucaristia, a qual
Cristo nos deixou como alimento espiritual, enquanto peregrinamos neste mundo.
Esta alegria brota da nossa harmoniosa relação com Deus e com os irmãos, tendo
como fundamento a vivência do amor misericordioso do próprio Deus,
exemplificado por Jesus na narrativa da parábola do Filho Pródigo, deste
Domingo.
Caríssimos irmãos e irmãs, no
caminho quaresmal que estamos trilhando, somos chamados a redescobrir o rosto
misericordioso de Deus que como Pai nos ama com amor infinito, apesar de nossa
desobediência e distanciamento, devido as nossas escolhas erradas ou equivocadas.
A lª Leitura relata como Israel
celebra a Páscoa, na Terra Prometida. É a primeira Páscoa numa terra
de liberdade plena, como início de uma vida nova. É a Páscoa da grande festa de
Ação de Graças, pois Deus cumpriu sua promessa de libertação.
Na
2ª leitura, São Paulo fala à Comunidade de Corinto sobre a vida nova, de
liberdade interior operada por Cristo no mistério de sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Para conquistar esta liberdade é preciso acolher o amor de Deus oferecido a
cada um por meio de Jesus, sendo que isto só é possível por meio da
reconciliação com Deus e com os irmãos. “Se alguém está em Cristo, é uma nova
criatura” (1Cor 5,17), diz São Paulo. E prossegue: “Deixai-vos reconciliar com
Deus” (1 Cor 5,20). Ser cristão é aceitar essa Reconciliação com
Deus, em Cristo. A comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros
irmãos.
O
texto do Evangelho apresenta Jesus diante das críticas dos escribas e fariseus
sobre a sua relação com os pecadores: “Este homem acolhe os pecadores e come
com eles” (Lc 15,2). Assim, Jesus conta a Parábola do Filho Pródigo, considerado
um dos textos mais belos da Sagrada Escritura. Tal Parábola revela a grandeza
do amor misericordioso de Deus, como Pai. O Filho mais novo pede a herança e
parte para um país distante, onde gasta todos os seus bens de forma desenfreada.
Esta é a experiência de tantos irmãos e irmãs de nosso tempo, que optam por uma
vida de distanciamento de Deus. A
Parábola revela, ainda, que o amor de Deus respeita a liberdade e a decisão do filho
que parte e se distancia. Todavia, o amor de Pai permanece o mesmo, sempre
pronto a acolher o filho arrependido, que regressa. Por isso, o Pai faz uma
festa àquele que estava “morto e voltou a viver, estava perdido e foi encontrado”
(Lc 15,32).
Prezados irmãos e irmãs. Lembramos
que às vezes nos deparamos com dificuldades em nossa vida e achamos que é Deus
nos castigando, mas na verdade o sofrimento muitas vezes é fruto de uma
liberdade mal usufruída. Somos nós que nos distanciamos de Deus. Por isso, não
esqueçamos que é sempre tempo de voltar ao Pai, na certeza de que ele está sempre
a nossa espera. Não podemos esquecer que nossa comunhão com Ele passa também
pela comunhão com nossos irmãos e irmãs. Assim, ao caminharmos para a Festa da
Páscoa, sentindo o amor de Deus por nós, aproximemo-nos de nossos irmãos e
irmãs com os braços abertos, a fim de manifestar o mesmo amor misericordioso,
que gera a alegre inspiração para cantar a Bondade do Senhor.
Deus abençoe a todos e um bom final de semana.
Dom Adimir Antonio Mazali
Bispo Diocesano de Erexim – RS