Aerogerador é instalado na UFFS Campus Erechim
Equipamento
será utilizado em atividades do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária e pesquisas
sobre energia eólica.
A
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim conta agora com um
aerogerador de pequeno porte. O equipamento foi instalado na semana passada,
próximo aos laboratórios do Campus, para atividades do curso de Engenharia
Ambiental e Sanitária. O aerogerador soma-se à usina fotovoltaica (inaugurada
em março) para incrementar as pesquisas sobre geração de energia limpa, visando
o desenvolvimento de mais ações sobre o assunto. Na entrevista abaixo, o
professor Marcelo Esposito conta os detalhes do novo equipamento e também do
projeto de pesquisa que está coordenando.
Como
esse projeto de pesquisa nasceu, como ele foi pensado?
Esse
projeto de pesquisa é fruto da disciplina de Energia Eólica, do curso de
Engenharia Ambiental e Sanitária. Para que a disciplina tivesse uma estrutura
melhor, foi necessária a aquisição desse aerogerador de pequeno porte. Junto
com a aquisição surgiu o projeto de pesquisa, que leva em consideração vários
fatores. Existem basicamente dois tipos de aerogeradores: o de eixo horizontal
e o de eixo vertical. O de eixo vertical opera com ventos turbulentos, enquanto
o de eixo horizontal com ventos de fluxo laminar. O aerogerador de eixo
vertical pode ser usado em locais com edificações, como em cidades, por
exemplo, onde há vento turbulento, enquanto o de eixo horizontal é preferível
em campo aberto, sem turbulência. O nosso aerogerador é de eixo horizontal e
foi instalado em um local com turbulência, já que o de eixo vertical precisaria
de uma velocidade de vento maior, para gerar a mesma quantidade de energia que
o de eixo horizontal no mesmo local. A parte central do projeto são os
inversores usados para conectar os geradores de energia elétrica, sejam eles
energia solar fotovoltaica e/ou energia eólica na rede elétrica da
concessionária (no nosso caso, a RGE). A partir dos anos 2000 os inversores
eólicos de pequeno porte deixaram de ser vendidos pelos principais fabricantes.
O projeto de pesquisa consiste em desenvolver um sistema híbrido: sistema
fotovoltaico e eólico. A vantagem desse sistema híbrido é que não teremos a
geração de energia apenas quando tiver sol, poderemos gerar energia dia e
noite, com o vento. Existe um problema: o inversor solar homologado pelo
Inmetro que permite a conexão com a rede não serve para sistemas eólicos. É
necessário um circuito de potência entre o aerogerador e o inversor solar que é
conectado com a rede. É exatamente esse circuito de potência que nós estamos
desenvolvendo. Então esse é o outro motivo para a aquisição desse aerogerador.
Esse modelo de aerogerador é amplamente utilizado pelas universidades do País
inteiro, portanto, tem-se um grande conhecimento teórico e prático sobre ele. A
novidade que vamos trazer é esse conversor de corrente alternada para a
corrente contínua (conversor CA/CC), que vai se conectar com o inversor solar.
A
ideia então é produzir algo nacional, isso?
O
conversor CA/CC já existe fora do País, na Europa mais especificamente, mas no
Brasil ainda não. Só é possível comprar um inversor eólico via importação e
ainda sem a homologação do Inmetro. O inversor solar você compra. O aerogerador
você compra. Mas você não consegue comprar esse equipamento que permite
transmitir a energia do aerogerador para o inversor solar. Então nós precisamos
desenvolver um produto nacional para que possamos fazer essa conexão e tornar
esse sistema híbrido. O inversor solar poderá ser usado para o sistema
fotovoltaico e para o sistema eólico, sem ter que comprar um outro equipamento.
Como o
projeto dialoga com a usina fotovoltaica do Campus?
Vamos
usar dados da usina, que é de 400 quilowatts pico, e selecionaremos apenas 1,2
quilowatt para usar como comparação à energia gerada pelo aerogerador, que é de
1,2 quilowatt. Vamos comparar a geração com a mesma potência instalada, tanto
eólica quanto fotovoltaica.
Os
acadêmicos da UFFS também participam do projeto?
Sim.
Temos de 10 a 20 alunos que são alunos das disciplinas de Energia Solar e de
Energia Eólica. Então além do projeto de pesquisa, todo esse material também é
transmitido para a graduação. No projeto de pesquisa nós temos mais três alunos
e dois professores que estão atuando neste projeto, para que ele seja
concluído.
Créditos
da foto anexa: Wagner Lenhardt/Divulgação/UFFS.
Fonte: Wagner
Lenhardt Jornalista Assessoria de Comunicação (Ascom)
Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim
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