A Voz da Diocese domingo 10 de julho – Misericórdia e Compaixão

Minha saudação fraterna a todos e todas que acompanham Voz da Diocese. Iniciamos nossa mensagem de hoje com a Oração da missa com a qual abrimos nosso espírito para acolher a mensagem da Palavra de Deus: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome”.

Prezados irmãos e irmãs. Com esta oração mergulhamos na temática da liturgia que nos convida a compreender o percurso a ser feito para alcançar a vida eterna, rejeitando o que não condiz com a vontade de Deus para nossa vida.

A Primeira Leitura do Livro do Deuteronômio faz um convite ao povo de Israel e a nós para colocar Deus como centro da vida e amá-lo de todo o coração. A pergunta que fazemos é como isso pode ser feito. O texto lembra que é preciso escutar a voz que vem do íntimo do coração: “Ouve a voz do Senhor teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos na lei” (Dt 30,10). O meio para demonstrar o nosso amor a Ele é conhecer e seguir fielmente os seus mandamentos. Isto parece difícil, mas não está distante de nós. Disse Moisés ao povo: “Esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que possas cumprir” (Dt 30,14).

A Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta-nos um hino que propõe Cristo como a referência fundamental, como o centro à volta do qual se constrói a história e a vida de cada crente. Ele é a imagem do Deus invisível e o centro a partir do qual tudo se faz. Em sintonia com a primeira leitura, podemos dizer que Cristo é a palavra, a lei por excelência, segundo a qual devemos viver.

No Evangelho, Jesus responde com a parábola do Bom Samaritano, o que significa seguir viver os mandamentos. Ela retrata a proposta sob a qual se constrói a vida eterna, ou seja, o tipo de atitude que nos remete ao amor que devemos a Deus e aos irmãos como exigência fundamental da vida cristã com a qual se encontra a vida em plenitude.

Caros irmãos e irmãs. Num mundo individualista como nós vivemos, onde as preocupações estão voltadas às nossas necessidades pessoais, a lição do Evangelho nos desafia e nos desinstala. Nos desafia porque nos faz refletir o quanto amamos a Deus e aos irmãos; e nos desinstala porque nos faz olhar para o outro que está ao nosso lado, especialmente os que mais precisam de nós. Isto pode ser na família, na comunidade ou em qualquer lugar, pois a “beira da estrada” existencial estão muitos que não caminham com os outros e estão deixados de lado, às vezes até esquecidos e ignorados. É para estes que se deve voltar o olhar e estender a mão para reconduzir na estrada, para curar as feridas, para fazer andar com dignidade, para caminhar juntos. Uma boa maneira de demonstrar misericórdia e compaixão, resultado da compreensão e vivência dos mandamentos do Senhor.

Peçamos a graça de respondermos a este ensinamento e agradeçamos o amor misericordioso de Deus derramado em nossos corações.

Deus abençoe a todos e um bom domingo.        


Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erechim – RS

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