PL oficializa candidatura de Bolsonaro em convenção neste domingo no Rio
(Bolsonaro deve ser oficializado como pré-candidato neste domingo | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP)
O
Partido Liberal vai oficializar, neste domingo, a candidatura à reeleição do
presidente Jair Bolsonaro com o ex-ministro da Defesa Braga Netto como vice na
chapa para as eleições deste ano. A convenção vai ocorrer no Maracanãzinho, no
Rio de Janeiro, berço político de ambos.
A
expectativa é que o partido aprove a chapa Bolsonaro-Braga Netto por
unanimidade. Em seu discurso no evento, o presidente deve focar nas agendas
positivas do governo, dando destaque ao Auxílio Brasil, programa de
transferência de renda que concede benefício no valor de R$ 600.
Bolsonaro
deve falar também de outros auxílios previstos na emenda constitucional que
institui estado de emergência até o fim deste ano, o que permite um pacote de
benefícios que seriam vedados em ano eleitoral. O texto foi promulgado pelo
Congresso Nacional recentemente e autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões,
a menos de 70 dias da eleição.
Entre
as ações, estão o voucher para caminhoneiros, no valor de R$ 1.000, e o auxílio
para taxistas, ainda sem valor definido. Os benefícios vão ser pagos pelo
governo entre agosto e dezembro deste ano. A medida se dá no contexto em que os
cortes no Orçamento da União, o terceiro contingenciamento deste ano, podem
chegar a R$ 8 bilhões, afetando áreas como Saúde e Educação.
Bolsonaro
foi orientado por aliados a evitar críticas ao sistema eleitoral brasileiro e
contra as urnas eletrônicas no evento. Auxiliares, no entanto, avaliam que não
é possível prever o comportamento do presidente. Por isso, não descartam que
ele adote tom mais duro no discurso.
Recentemente,
o chefe do Executivo reuniu diversos embaixadores estrangeiros para uma
apresentação no Palácio do Alvorada. Na ocasião, voltou a atacar o sistema
eleitoral, levantou novamente suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem
apresentar provas, e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
As
críticas de Bolsonaro se concentraram nos ministros Edson Fachin, Luís Roberto
Barroso e Alexandre de Moraes. Fachin é o atual presidente do TSE; Barroso foi
o anterior e Moraes assumirá a Corte a partir da metade de agosto.
O ato,
no entanto, provocou reação de partidos, associações e servidores. As
embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido, inclusive, declararam que
confiam no sistema eleitoral brasileiro — os norte-americanos afirmaram que o
modelo adotado no Brasil é exemplo para o hemisfério e para o mundo.
A
ideia inicial era fazer a convenção do PL em São Paulo, na tentativa de
fortalecer o candidato de Bolsonaro ao governo do estado, o ex-ministro da
Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos). Porém, prevaleceu a ideia de
lançar a candidatura à reeleição no Rio de Janeiro, berço político de Bolsonaro
e Braga Netto.
Braga
Netto foi responsável por chefiar a intervenção federal no estado, em 2018. Na
prática, o militar substituiu o então governador Luiz Fernando Pezão (MDB) nas
decisões sobre a segurança pública durante o período. Além disso, ele atuou,
ainda no Rio, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016.
O
ex-ministro da Defesa se filiou recentemente ao Partido Liberal. Sendo assim,
será uma chapa pura, em que ambos os candidatos são do mesmo partido.
Atualmente, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais. O
primeiro turno vai ocorrer em 2 de outubro e o eventual segundo turno no dia 30
do mesmo mês.
A
eleição, vista como uma das mais importantes da democracia brasileira, se dá
num contexto em que o país atinge recorde de eleitores aptos a votar.
Segundo
o TSE, 156 milhões de brasileiros poderão comparecer às urnas. Em comparação
com a última eleição, em 2018, o país ganhou quase 10 milhões de novos
eleitores. Naquele ano, 147 milhões de pessoas puderam votar, uma diferença de
6,2% em relação ao número de 2022.
Nas
eleições de 2018, 55 milhões de pessoas votaram em Bolsonaro, que foi declarado
presidente da República às 19h18, de 28 de outubro, pela ministra Rosa Weber, na
época no comando do TSE. Na ocasião, o então-candidato estava filiado ao PSL.
Agora será pelo PL, partido que integra o chamado Centrão.
Por: R7