A Voz da Diocese Domingo 21 de agosto de 2022 com Dom Adimir Mazali
Minha
saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese, na
Solenidade da Assunção de Maria. Quero saudar de modo especial os Consagrados e
as Consagradas que celebram o seu dia neste terceiro domingo de agosto, mês
vocacional, cujo tema, destaca-se: “Cristo vive! Somos suas testemunhas”; e lema:
“Eu vi o Senhor” (Jo 20,18).
A
Solenidade deste domingo é resultado de uma tradição oral que apareceu muito
cedo na Igreja, sobre a Assunção de Maria em corpo e alma aos céus. A partir do
século IV, surgiu um escrito falando da doutrina da Assunção ou “Dormição” de
Maria. Esta tradição foi se firmando na história e em 1950, o Papa Pio XII
declarou o “dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a Virgem
Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à
glória celestial” (DS 3903). Lembramos que Dogma é uma verdade de fé revelada
pela Sagrada Escritura e ou pela Tradição, e declarado pelo Magistério do Papa
sozinho ou em Concílio, e que deve ser aceito e seguido por todos os fiéis.
A
Liturgia da Palavra, deste Domingo, convida-nos a olhar para a participação de
Maria na vida de Jesus e na vida da Igreja. No Livro do Apocalipse, Maria é
apresentada como a “nova Eva” e como imagem da Igreja glorificada, sinal de
esperança para uma nova humanidade. A participação de Maria na vida de Cristo,
o “Novo Adão”, como vencedor de todo mal. Maria é sinal da Igreja nascente que
gera para o mundo uma nova esperança, como a força vencedora protegida por
Deus.
O
Evangelho de Lucas nos coloca diante de um extraordinário evento da vida de
Maria e revela a mais profunda espiritualidade cristã. Sendo ela a Mãe do
Salvador, coloca-se a caminho para ser servidora de sua prima Isabel, esposa de
Zacarias, e nesta figura, ensina a todos os homens e mulheres que a maior
resposta a Deus está no serviço aos irmãos e irmãs. Manifesta-se no canto do
Magnificat, a esperança que vem de Deus e sustenta a alegre libertação
realizada por Ele para toda humanidade. Maria é reconhecida por Isabel, como a
“bendita entre todas as mulheres” a todas as gerações e é desta forma, acolhida
em todos os tempos.
O Papa
Francisco, ao falar da Assunção de Maria, lembra-nos que “a existência de Nossa
Senhora foi vivida como a de uma mulher comum da sua época: rezava, ocupava-se
da família e da casa, frequentava a sinagoga... Mas qualquer ação diária era
sempre realizada por ela em união total com Jesus. E no Calvário esta união
alcançou o ápice, no amor, na compaixão e nos sofrimento do coração. Por isso
Deus lhe doou uma participação plena também na ressurreição de Jesus. O corpo
da Santa Mãe foi preservado da corrupção, como o do Filho”.
Caros
irmãos e irmãs, Nossa Senhora, Maria de Nazaré, toda voltada para Deus e toda
voltada para os irmãos, participa de modo sublime da Obra Redentora de Jesus
Cristo, tendo a graça de ser elevada aos céus de corpo e alma. E ainda, por
mérito do Filho, a Mãe é coroada Rainha do céu e da terra, ensinando-nos a
acolher o Plano de Deus em nossa vida, sem deixar de ir ao encontro dos irmãos
e irmãs mais sofredores. Bem-aventurada é Maria diante de todas as gerações.
Bem aventurada é Maria, mulher cheia de fé. Bem aventurados são todos aqueles e
aquelas que, imitando Maria, caminham nos passos de Jesus. Bem aventurados são
todos aqueles e aquelas, que no cotidiano da vida, sabem reconhecer a ação
bondosa de Deus em sua história. Bem aventurados são todos os religiosos e
religiosas, que consagraram suas vidas no serviço a Deus e aos irmãos, como
sinais visíveis da doação ao Reino de Deus, em nossas Comunidades Eclesiais.
Bem aventurados somos todos nós, quando imitando Maria, seguimos seu Filho
Jesus, e nos tornamos testemunhas de sua Ressurreição.
Que
Maria, Assunta ao céu, desperte novas vocações à Vida Religiosa e Sacerdotal,
concedendo a todos os chamados, perseverança no caminho da santidade.
Bom
domingo e que Deus os abençoe!
Por: Dom
Adimir Antonio Mazali
Bispo
Diocesano de Erexim –