Belas Artes: Ontem hoje e Sempre - Relatos e memórias confirmam relevância cultural do Belas
(Foto Divulgação - Equipe do Documentário junto com o diretor do Belas Artes, Juliano dos Santos.)
Documentário
que será lançado em 2023 retratando a história da escola já passou pela etapa
de pesquisa histórica e atualmente está na fase de pré-entrevistas com
personagens
Transformação, aprendizado e resistência: essas são algumas das palavras-chave que resumem relatos de quem teve sua história atravessada pelo período em que passou pelo Belas Artes de Erechim, escola que é foco de um documentário que está sendo produzido para ser lançado em 2023. O local deixou marcas que ainda hoje permeiam a vida até mesmo de quem não seguiu carreira na área cultural. Essa é a percepção do diretor-geral da obra e roteirista, Patrick Menegazzo; e da diretora de arte, Cléo De Páris, que atualmente estão na fase de pré-entrevistas com pessoas que passaram pelo local, que recentemente ganhou status de Centro Cultural, Técnico e Profissional.
(Foto Divulgação - Cléo De
Páris, Liliane Tramontini, professora de piano e ex-diretora do Belas Artes; e
Patrick Menegazzo)
Intitulado
Belas Artes: Ontem, hoje e sempre, o documentário busca não apenas relembrar,
mas também registrar a história do espaço, que foi criado na década de 1960 em
Erechim, mas que ainda hoje tem como essência explorar e incentivar a cultura
nas suas mais diferentes representações. Os relatos que vêm sendo conhecidos
pelos diretores são fundamentais para entender a relevância da escola. Essas
memórias serão o fio condutor da obra, que busca se basear justamente em lembranças
de quem passou pelo Belas para, então, retratar sua importância enquanto local
de formação e difusão da cultura.
O
diretor-geral e roteirista pontua que é por meio desse processo de conversar
com quem já passou pelo Belas Artes, que o documentário vai ganhando forma. “Os
relatos têm sido extremamente positivos e nos fazem perceber o quanto o Belas é
uma referência na área cultural não apenas de Erechim, mas de toda a região. E
vai além disso, porque profissionais que por ali passaram reconhecem o
diferencial que a experiência vivida na Escola proporciona em suas carreiras,
até mesmo nos casos de pessoas que não seguiram nessa área da cultura. Tem sido
surpreendente ouvir essas histórias”, afirma Patrick Menegazzo, que também
estudou no Belas Artes.
Outro
ponto comum entre os relatos, segundo a diretora de arte, Cléo De Páris, é a
visão do Belas Artes enquanto espaço de formação, mas principalmente, de
resistência da cultura. Atriz e ex-aluna da escola, ela diz ter se emocionado
com as histórias que vem acompanhando para a produção do documentário. “São
relatos muito bonitos, que demonstram a confiança e a gratidão de quem estudou
no Belas Artes. E também, porque eles refletem uma posição do Belas enquanto
local de resistência da cultura. A gente percebe isso quando se fala nos
desafios para que essa história continue, mas também no cuidado com que
professores têm em ensinar, em incentivar e até mesmo na manutenção do
patrimônio, que segue sendo preservado”, destaca.
Para
chegar até esses relatos, uma das fases de produção do documentário envolveu a
pesquisa histórica, realizada pelo historiador André Ribeiro. Por meio dos
resultados encontrados, ele afirma ser nítido o quanto o Belas despertou algo
positivo na vida das pessoas que passaram pela escola, tanto no que diz
respeito à formação cidadã, mas também no aspecto artístico-cultural, tendo
formado inclusive pessoas que alçaram carreira nacional no meio artístico. “No
entanto, chamou a atenção a dificuldade de encontrar fontes. Há poucas
produções acadêmicas, não há nenhum livro sobre a escola, e também poucas
fontes na imprensa”, afirma o pesquisador que atribui isso ao fato de Erechim
já contar com alguns conservatórios mais tradicionais no município na época de instalação
do Belas Artes, o que talvez tenha gerado conflitos de interesses para divulgação
nos meios de comunicação.
Passada
essa etapa de pesquisa histórica e pré-entrevistas, que ocorre paralelamente à
construção do roteiro, em breve o documentário entrará na fase de elaboração do
plano de filmagens. O projeto “Belas Artes: ontem, hoje e sempre” conta com o
patrocínio das empresas: Cavaletti, Cercena, Ervateira Cristalina, Perfil e
Sementes Estrela. Apoio Sicredi UniEstados, Movie Arte Cinemas e URI Erechim. O
financiamento é do Pró-Cultura RS Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Após
a conclusão da obra, para além do registro, que servirá inclusive de referência
para pesquisas futuras, o material também chegará à comunidade erechinense por
meio do cinema. Está prevista a exibição do documentário Belas Artes: Ontem,
hoje e sempre em três sessões gratuitas no Cine Master, em março de 2023, além
da distribuição de DVDs em escolas, bibliotecas, entre outros espaços
culturais.
Por: Jornalista Najaska Martins