Solidários pela Fé – A Voz da Diocese domingo 13 de novembro
Minha
saudação aos irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Neste domingo, a
liturgia nos convida à perseverança da fé, à luta pela justiça, como também à
reflexão sobre nosso estilo de vida frente aos irmãos e irmãs mais
necessitados, a partir da celebração do Sexto Dia Mundial dos Pobres, cujo lema
é: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós!” (Cf. 2 Cor 8,9).
Caros
irmãos e irmãs. Na Primeira Leitura, da Liturgia deste Domingo, o Profeta
Malaquias faz um duplo anúncio: o primeiro, dirigido aos “soberbos e aos
ímpios”, pois a estes o profeta alerta que virá um dia de fogo abrasador e os
mesmos “serão como palha na fornalha”; o segundo anúncio, é voltado aos que
temem o Senhor, sendo que para os mesmos “nascerá o sol da justiça, trazendo a
salvação em suas asas”. Diante disso, brotam as seguintes interrogações: em
qual dos anúncios nos encontramos, dos soberbos ou dos fiéis ao Senhor? Ou qual
dos anúncios serve para nós? Assim sendo, com humildade deixemo-nos conduzir
pela palavra do profeta e reflitamos sobre nossa vida cristã e nossa fidelidade
para com a Proposta do Senhor.
Já a
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, o Apóstolo se
apresenta como aquele que, mesmo sabendo de sua grande missão, considera-se
digno de receber o seu sustento, pois jamais viveu uma vida ociosa junto à
Comunidade Cristã. Paulo sempre se dedicou ao trabalho para ganhar o pão
cotidiano. Ele retoma o ensinamento que deixou em vista do novo contexto da
comunidade. São Paulo tem plena consciência de trabalhar pela unidade da
Igreja, alertando e exortando “aqueles que vivem à toa, muito ocupados em não
fazer nada”, dizendo: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”. Esta
exortação é feita por causa de alguns aproveitadores que queriam ser
sustentados pela Comunidade sem trabalhar, colocando em risco o seu sustento e
daqueles que lhes foram confiados, o bem da Comunidade, cujos responsáveis são
todos os seus membros.
O Evangelho recorda-nos que todos os que
buscam ser discípulos fiéis aos ensinamentos de Jesus estão sujeitos a
críticas, a perseguições e contrariedades. Mas, é nesse momento que somos
chamados a permanecer firmes na fé. A opção por Jesus Cristo, por seus
ensinamentos e pela causa do Reino de Deus, devem ser a motivação primeira de
todo cristão. Assim, a partir destas opções, a preocupação com os nossos irmãos
e irmãs, especialmente os mais necessitados, nunca poderá ser ignorada pela
Igreja, pois a opção preferencial pelos pobres estará sempre fundamentada na
vida e na obra do próprio Cristo. Não olvidemos, portanto, que a obra
evangelizadora da Igreja deve ser sempre prolongamento da Obra de Jesus,
conforme nos indica o livro dos At 1,1: “[...] de tudo o que Jesus começou a
fazer e ensinar [...]”
Prezados
irmãos e irmãs, o Sexto Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco
no encerramento do Ano da Misericórdia, é uma forma de nos trazer presente a
proposta do Evangelho de forma concreta, ou seja, que nosso estilo de vida seja
conduzido com simplicidade, com amor e com a atenção aos pobres. Tudo o que
temos e somos é graça de Deus e, portanto, devemos ser gratos a Ele. Por isso,
devemos recordar que Deus sempre recompensa aqueles que sabem partilhar, “mesmo
que seja um copo d’água”, dado com espírito de caridade.
Assim
sendo, peçamos que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ajude a termos um coração
aberto e sensível em relação aos nossos irmãos e irmãs mais pobres, e que, a
mensagem da liturgia deste Domingo, abra os horizontes de nossa forma de viver
a fé, segundo o Projeto do Reino de Deus.
Bom
domingo a todos, e que Deus os abençoe!
Dom
Adimir Antonio Mazali
Bispo Diocesano de Erexim –
RS