Palácio Piratini é iluminado de roxo para reforçar combate à hanseníase
(A cor
alusiva à Campanha Nacional de Prevenção à Hanseníase passou a iluminar o
Piratini na noite de sexta (21) - Foto: Carlos Ismael Moreira/Secom)
O
governo do Estado aderiu à Campanha Nacional de Prevenção à Hanseníase. Em
apoio à iniciativa, o Palácio Piratini ganhou nova iluminação na sexta-feira
(20/1). Até 31 de janeiro, luzes roxas serão acesas toda noite na fachada do
prédio, reforçando a importância do combate à doença.
Organizada
pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha, também chamada de
Janeiro Roxo, abrange todo o janeiro. No último domingo do mês, será lembrado o
Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase.
Entre
os objetivos do Janeiro Roxo estão alertar sobre a importância do diagnóstico e
do tratamento precoces, informar sobre as opções terapêuticas disponíveis na
rede pública e combater o preconceito em relação às pessoas acometidas pela
doença.
No
passado, a hanseníase era chamada de lepra, e seus portadores sofriam
preconceito e segregação. Ainda hoje, profissionais da saúde lutam para
minimizar a discriminação e o estigma criado em torno desse problema.
O
Rio Grande do Sul apresenta baixa incidência da doença. De acordo com dados
epidemiológicos da Secretaria da Saúde (SES), o Estado tem hoje a ocorrência
mais baixa do Brasil (0,83, o que corresponde a 94 casos novos em 2021). Porém,
há um alto índice de pacientes com incapacidades instaladas devido ao
diagnóstico tardio. No total, 23% dos casos apresentam as sequelas mais graves
da doença, que poderiam ter sido evitadas com o diagnóstico precoce.
“A
doença tem cura e todo o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, trata-se de uma doença preocupante, que
pode gerar problemas sérios. Por isso é tão importante o diagnóstico precoce”,
ressalta a responsável pelo Programa Estadual de Controle de Hanseníase, Márcia
Lira.
Outro
dado alarmante é que, embora as notificações venham diminuindo progressivamente
no Brasil, o país é o segundo no mundo em número de casos, ficando atrás apenas
da Índia, o que evidencia a importância do enfrentamento da doença.
As
estratégias de combate envolvem a detecção precoce de casos, o tratamento com
início imediato e a avaliação de contatos. Essas medidas são importantes para a
quebra da cadeia de transmissão da doença e para a prevenção de incapacidades
físicas.
Sobre
a doença
A
hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e
investigação obrigatória em todo território nacional. O problema pode acometer
pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.
O
agente causador da doença é a bactéria Mycobacterium leprae. Entretanto, é
necessário um longo período de exposição à bactéria para levar ao adoecimento.
Cerca de 90% das pessoas já nascem com um grau de proteção contra a doença, e a
transmissão acontece entre pessoas de contato íntimo e prolongado.
Manchas avermelhadas na pele, alteração de sensibilidade e perda de força nos braços são sinais de alerta. O diagnóstico é feito com exame físico, teste de sensibilidade (térmico, doloroso e tátil) e exames laboratoriais específicos.
Texto:
Juliana Dias/Secom
Edição:
Vitor Necchi/Secom