Egressos da UFFS participam de livro sobre histórias de vida de professores indígenas
(Créditos da imagem anexa: Divulgação)
Acadêmicos cursaram a licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza e hoje atuam como docentes em suas comunidades.
Acaba de ser publicado o
livro “Meu olhar bonito: histórias de vida de professores/as indígenas”, que
possui a colaboração de três acadêmicos indígenas da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, todos egressos do curso de licenciatura
Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza. Joel Kuaray
Pereira, Nemias Núnc-Nfôonro e Romário Pifynh dos Santos compartilham suas
trajetórias acadêmicas e profissionais na obra organizada pelas professoras
Solange Todero Von Onçay (UFFS), Leonice Aparecida de Fátima Alves Pereira
Mourad (UFSM) e Hellen Cristina de Souza (Centro de Formação e Atualização dos
Profissionais da Educação Básica do Estado do Mato Grosso – Cefapro).
O livro é parte de uma
trilogia que decorre da preocupação das organizadoras em contribuir com a
formação de professores que atuam, principalmente, em três modalidades:
Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação Quilombola. O esforço
foi de contribuir para dar visibilidade à trajetória formativa, tanto acadêmica
como não acadêmica, destes educadores e educadoras indígenas, quilombolas e
camponeses.
As duas primeiras obras
da trilogia, organizadas por Leonice e Hellen, tratam sobre quilombolas e
camponeses. Já em “Meu olhar bonito”, o desafio foi de pensar especificamente
na trajetória de professores indígenas.
- Imediatamente
lembramos do curso de licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo da
UFFS, que recebe predominantemente estudantes indígenas, com o propósito destes
constituírem-se como educadores indígenas. A partir desta especificidade do
curso ofertado pela UFFS, acabamos constituindo a parceria – contam as
professoras.
- O Mato Grosso tem uma
tradição muito forte em formação de professores indígenas e a ideia era trazer
essa experiência para o Rio Grande do Sul, no sentido de contemplar e fortalecer
a experiência dessa modalidade. Nesse meio tempo, acabamos estabelecendo
contato com educadores de outros contextos da América Latina, e convidamos
estes para trazerem suas memórias, sua trajetória formativa. Assim, cada uma de
nós três ficou com uma incumbência. Na UFFS, a professora Solange Todero Von
Onçay foi monitorando e acompanhando a produção por parte destes estudantes
licenciados e licenciandos, que se dispuseram participar, e as professoras
Leonice e Hellen monitorando efetivamente as produções do Mato Grosso e com
produções de alguns países da América Latina.
Conforme as três
organizadoras da obra, o livro tem uma grande importância na perspectiva de que
a população, os acadêmicos não indígenas e também os professores não indígenas
percebam a singularidades, as especificidades, os desafios e a potência da
formação e da escolarização de docentes indígenas.
- A obra coloca também
os estudantes, especificamente os três egressos da UFFS, numa rede mais ampla
de educadores e educadoras, que é a Rede Internacional Latino Americana que
pensa estas questões e obviamente tem um impacto significativo. Estes grupos,
que historicamente tiveram sua trajetória invisibilizada, hoje se apropriam da
universidade, se apropriam da formação de professores e têm uma contribuição
importante, devendo começar a acessar a pós-graduação. No que diz respeito aos
estudantes de Mato Grosso, uma parte significativa já está na pós-graduação
porque também desenvolvemos um projeto da equidade na pós-graduação. É muito importante
que a comunidade acadêmica perceba, identifique e reconheça esta conquista e
obviamente a importância regional é expressiva.
A escolha dos relatos se
deu a partir de convite aos acadêmicos e docentes indígenas. A professora
Solange fez convites aos estudantes da UFFS, as professora Leonice e Hellen a
partir dos seus contatos no Centro-Oeste e também junto a Rede Latino
Americana.
- Nosso propósito não
era pautar os relatos deles. Nós queríamos que os relatos trouxessem a vida
pessoal, acadêmica e profissional, mas que obviamente fosse a narrativa própria
do grupo. Por isso que as narrativas que encontramos no livro são absolutamente
diferenciadas: porque cada um prioriza um aspecto, evidencia uma dimensão, a
partir de sua significação de sua memória. A ideia era reconstituir estes memoriais
– contam as professoras.
Os egressos da UFFS que
assinam capítulos do livro são os seguintes:
Joel Kuaray Pereira:
professor Guarani da Escola Vicente Karaí Okenda, em Erebango - RS, Aldeia
Arandu Verá, localizada na Terra Indígena Mato Preto.
Nemias Núnc-Nfôonro:
professor da Escola Estadual Indígena de Ensino Médio FágKavá, Terra Indígena
da Serrinha, Linha Pedras Brancas, em Ronda Alta - RS.
Romário Pifynh dos
Santos: professor Kaingang de Educação Física, leciona na Escola Estadual
Indígena de Ensino Médio NãnGa, localizada em Irai – RS.
A obra está disponível
gratuitamente em versão digital no site
https://quipaeditora.com.br/professores-indigenas
Quipá Editora - MEU
OLHAR BONITO: HISTÓRIAS DE VIDA DE PROFESSORES/AS INDÍGENAS
Organizadoras: HELLEN
CRISTINA DE SOUZA. LEONICE APARECIDA DE FATIMA ALVES PEREIRA MOURAD. SOLANGE
TODERO VON ONÇAY . Meu olhar bonito: histórias de vida de professores indígenas
apresenta um conjunto de autobiografias de professores/as indígenas do Brasil e
da Bolívia.
quipaeditora.com.br
Por: Wagner Lenhardt Jornalista
Assessoria de Comunicação (Ascom)
Universidade Federal da Fronteira Sul
(UFFS) - Campus Erechim
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